O CÃO QUE CHOVIA
Luís Diogo edita livro
O Albicastrense Luís Digo apresenta, dia 4 de março, às 17 horas, no café-concerto Rivoli, no Porto, no âmbito da programação do Fantasporto 2016, o livro infantojuvenil O Cão que Chovia, que é editado pela Chiado Editora.
A obra, que com texto e ilustrações de Luís Diogo, será depois apresentada em Castelo Branco, dia 11 de março, a partir das 18 horas, no Cine-Teatro Avenida.
O Cão que chovia conta a história de um estrangeiro que chega a uma aldeia florida, onde é mal aceite pelos moradores. Mas quando este estranho aparece disfarçado de palhaço e começa a divertir os turistas, aumentando os lucros dos comércios locais, a aldeia aceita-o, embora apenas lhe alugue uma casa bem longe da aldeia.
O livro conta que “Enquanto era um palhaço/Todos ali lhe sorriam/Fingindo-se seus amigos/Fingindo que o conheciam”, mas “Quando tirava o disfarce/Quando o monstro emergia/Ninguém ali lhe falava/Ninguém ali lhe sorria”.
Quando o estrangeiro desaparece, a aldeia não aprende a lição e vai cometer o mesmo erro com o seu pequeno cão: ignora-o até perceber que lhes pode ser útil.
De facto, a seca não permite que gastem água a regar as flores que tornaram famosa a aldeia florida. Mas a urina do cão abandonado consegue regar as flores, voltando a florir a aldeia e a chamar os turistas novamente.
Quando o médico descobre que o cão regará mais flores quanto mais triste e solitário estiver, a decisão é imediata: “Proibiram as pessoas/De acarinhar este cão/Deviam deixá-lo só/”Pra bem da povoação”, uma vez que, assim, “”Ele regará as plantas/Se todo o povo o ignorar/Mas se lhe derem carinho/O milagre pode acabar”
Deste modo a questão que se coloca é aquilo que precisa acontecer para que aquela gente aprenda realmente a lição.
O Cão que Chovia, como é adiantado, “é, assim. uma metáfora bastante atual sobre a forma como a nossa sociedade olha os imigrantes e os refugiados, culpando-os de todos os males e aceitando-os apenas quando estes têm algo de útil, para nós. E mesmo quando aceitamos esses que nos são úteis, aceitámo-los apenas, precisamente, nos momentos em que nos são úteis, desde que não os vejamos nos restantes momentos e sem querermos saber o quanto eles sofrem para nos poderem ser úteis”.
Gelo abre
Fantasporto 2016
Luís Diogo, que viveu em Castelo Branco até aos 22 anos, altura em que rumou à zona do Porto, onde leciona Educação Visual, é também o autor da história original e coargumentista da longa-metragem Gelo, que será o filme de abertura do Fantasporto 2016, dia 26 deste mês: Gelo que, refira-se também foi selecionado para o festival americano Cinequest e que tem estreia nacional no dia 3 de março.
De recordar, também, que Luís Diogo foi o realizador e argumentista do filme português Pecado Fatal, bem como autor do argumento original do filme A Bomba (2002), de Leonel Vieira, com Diogo Infante e Fernanda Serrano.
Também escreveu e realizou as custas-metragens Noite Fria em Castelo Branco e Noite Gélida em Castelo Branco.
Atualmente, está a preparar as filmagens da longa-metragem Uma Vida Sublime, que será rodada no Porto, entre junho e agosto deste ano.
Por outro lado, também é de referir que Luís Diogo foi, no ano passado, o único elemento português da competição Cinema Fantástico do Fantasporto, enquanto este ano integra o júri do Fantasporto, na secção Semana dos Realizadores, uma vez que o Gelo compete na outra secção, e é o único elemento português entre os oito que compõem os dois júris mais importantes do Fantas deste ano.