14 de setembro de 2016

Celeste Capelo
Isto não é bulling, é crime

Nesta época de verão, e durante as férias desta época, era meu hábito escrever algo mais brejeiro, com algum toque de humor, para que a leitura desta crónica fosse apetecível neste período de descanso, de lazer e de descontração .
Neste Verão não tive essa capacidade e, lamento ter de escrever este texto, que obriga a pensar e a reflectir sobre determinados comportamentos que se estão a verificar na nossa sociedade. Refiro–me aos casos que foram notícia de jovens adolescentes, que brigam, agridem com violência, roubam, possuem armas proibidas, consomem álcool, etc..
Refiro ainda o flagelo dos fogos que assolaram o País de norte a Sul.
No primeiro caso pergunto se os pais desses jovens, menores de idade, se preocupam com eles? Saber onde andam? com quem andam? a que horas? o que fazem? conhecem os amigos dos filhos?
Se não têm estas preocupações, então não são bons pais, e há que tomar providências para que outras entidades corrijam aquilo que os pais não sabem, e/ou, muitas vezes não podem fazer. Um País que tem uma diminuta natalidade não pode deixar que esta geração, aquela que nos substituirá, fique enformada com estes princípios de violência, e de condutas desviantes.
A comunicação social muito nos falou destes casos, mas omitiu algo muito importante no que se refere ao consumo de álcool.  Não ouvi, ou não estive suficientemente atenta, ninguém falar da responsabilidade de quem fornece álcool a menores de idade. A lei, julgo estar ainda em vigor, proíbe a venda destes produtos a menores.
A primeira responsabilidade é dos pais. Depois, a responsabilidade é de quem não cumpre a lei, e por isso devia ser sancionado. Será que foi?
Também no caso dos fogos é doloroso assistir ao que foi este Verão no que a incêndios respeita. Os milhares de euros gastos no combate, os milhares de euros de prejuízo que provocaram, o valor incalculável de património florestal destruído que só daqui a largas dezenas senão de centenas de anos, voltará a ser reposto, as vidas humanas que se perderam, etc. etc.
Ouvimos os responsáveis políticos dizer que é preciso prevenir, e já ouvimos isto há muito tempo. Vários governos passaram e onde está a prevenção. Se ela existiu não foi eficaz, pois o resultado que apresentou foi lastimável.
Ouvimos na televisão pessoas, certamente desesperadas, queixarem-se dos bombeiros, nem se apercebendo que a maior responsabilidade é delas mesmo. Não será totalmente, mas há que resolver. E como?
Tudo deve começar na Escola: educação cívica, educação ambiental, educação social, educação comunitária, educação estética, educação moral. Enfim todos os ingredientes para uma atitude de cidadania considerável, que tem faltado nos currículos escolares, na vivência do dia a dia nas famílias, nas relações em sociedade, o facilitismo na aplicação e cumprimento das leis, na desvalorização das hierarquias, tudo tem sido um contributo para se chegar a este estado de coisas.
Soluções?!... cada cabeça sua sentença. Para a primeira questão abordada nesta crónica, penso que seria de implementar tudo o que aponto no parágrafo anterior.
Para a questão dos fogos acho absolutamente necessário que os governantes venham ver in loco, como o País está desertificado, e compreenderem que não há população suficiente para proteger a floresta.
Os pinhais não estão limpos, e porquê? É dispendioso limpar o pinhal. Exige máquinas que custam muito dinheiro à hora e, as pessoas na sua maioria idosos, não têm rendimentos suficientes. O dinheiro gasto neste gigantesco combate, teria sido mais útil ajudando na limpeza das florestas, utilizando as máquinas do exército, pondo a trabalhar quem precisa de trabalho, e porque não, um incentivo fiscal a quem fizer este trabalho por sua conta?
Soluções, bom senso e rapidez na acção são precisos.

14/09/2016
 

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