António Tavares
Editorial
O acesso à informação no Interior do País pode estar em risco no início do próximo ano. Tudo, porque a Vasp – Distribuição e Logística fez saber, embora realce que a decisão ainda não é definitiva, que a partir de dia 2 de janeiro, pretende deixar de garantir a distribuição diária de Imprensa nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Ou seja, a partir do início do próximo ano, quem tem o infortúnio de viver e trabalhar nesta faixa menosprezada do País, pode deixar de ter acesso à Imprensa diária. Mas, para que é que precisa dela e da sua informação? Afinal, para alguns iluminados a falta de informação até é vantajosa.
Mas convém não esquecer que o direito à informação está garantido pela Constituição da República Portuguesa, que no seu Artigo 37.º assegura o direito à liberdade de expressão e informação. Será que a Constituição não é para cumprir. Ou é para cumprir só quando interessa às elites e aos lobis? A ver vamos, mas, garantidamente, o que está aqui em causa é um atentado aos Portugueses do Interior que, mais uma vez, estão em vias de ser tratados como cidadãos de segunda.
Isto, para já não falar o grave e alarmante ataque à democracia.
Mais uma vez, em pleno século XXI, o Interior está em vias de pagar um preço elevado pela sua posição geográfica, havendo a lamentar que, infelizmente, cada vez mais Portugal é o Litoral e o resto é paisagem. Ou pelo menos assim querem que seja, abandonado um território rico e cheio de potencialidades por explorar.