DE 11 A 18 DE AGOSTO
Boom Festival traz ao comércio acréscimos nas vendas de 40 por cento
O Boom Festival, em Idanha-a-Nova, arrancou na passada quinta-feira e os comerciantes locais registam neste período, acréscimos nas vendas superiores a 40 por cento e, o único hotel da vila, está com lotação esgotada há dois meses.
Diogo Cordeiro, proprietário do único hotel atualmente aberto no concelho de Idanha-a-Nova, o Estrela de Idanha, tem todas as camas ocupadas há cerca de dois meses e até ao fim do Boom Festival, que termina no dia 18 de agosto.
“O hotel está esgotado e as reservas foram feitas até ao final do Boom Festival. Todos os que aqui estão são estrangeiros. Tenho aqui pessoas de 43 nacionalidades diferentes”, disse.
O empresário não tem quaisquer dúvidas em afirmar que a realização do festival tem um “enorme impacto” na economia local, seja ao nível da hotelaria, seja na restauração ou no comércio em geral.
E, como exemplo, diz que a sua unidade hoteleira, com um total de 70 camas e 35 quartos duplos, tem uma taxa de ocupação média na ordem dos 20 por cento, mas durante os anos de realização do Boom festival, essa taxa sobe para os 100 por cento.
“Chegam cá pessoas com grandes carros, topo de gama. Estacionam, entram de gravata e quando saem, quase que não os reconheço. Estão aqui desde juízes a diplomatas”, refere.
Diogo Cordeiro sublinha que Idanha-a-Nova para sobreviver, precisa de eventos destes: “devia haver Boom todos os anos”.
“No inverno endivido-me sempre e só consigo amortizar a dívida quando há Boom. O interior está parado, está vazio”, desabafa.
Já Jorge Rafael, gerente da maior superfície comercial da vila (Intermarché) realça o impacto “muito significativo” que o Boom Festival tem na economia local.
“Comparando os anos em que decorre o Boom, com aqueles em que este não se realiza, registamos um acréscimo de vendas a rondar os 40 por cento na semana em que tem lugar o festival. Mais do que isso, verificamos que há pessoas que regressam depois de férias mesmo sem o Boom”, explica.
Este responsável realça ainda o facto de, nesta edição do festival, a organização ter facultado os contactos de fornecedores locais às pessoas que exploram restaurantes e bares dentro do recinto do Boom Festival.
Jorge Rafael explicou ainda que durante o período do Boom tem que reforçar o número de funcionários e inclusivamente, teve que contratar uma empresa privada de segurança para a sua superfície comercial, além do reforço do ‘stock’.
Também a lotação da Pousada da Juventude de Idanha-a-Nova está esgotada há alguns meses, sendo que metade destina-se a colaboradores de empresas que fornecem o festival e o restante a clientes individuais, “na sua maioria estrangeiros”, como o coordenador da Região Centro da Movijovem, António Luís Silva.
Por seu turno, o Parque de Campismo de Idanha-a-Nova tem também notado um acréscimo de pedidos de informação, sendo que esta é a primeira edição do Boom Festival em que o parque é explorado pelo Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento (CMCD), pelo que não há dados comparativos.
“A maioria dos campistas e caravanistas não faz reserva, mas temos registado um aumento de procura de informação por parte de portugueses e estrangeiros que vão participar no festival”, afirma Rui Mendonça, do CMCD.
Alfredo Vasconcelos, da organização do Boom Festival, adiantou que o evento movimenta cerca de 12 a 13 milhões de euros a cada edição e tem um impacto direto entre 30 a 35 milhões de euros na economia nacional.