Joaquim Martins
A tragédia do Brasil
A tragédia do Brasil – Palco: A câmara dos deputados do Brasil; Cena dramática: provar “o crime de responsabilidade” de que é acusada Dilma. Chefe de Orquestra: Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos deputados e réu em vários processos; Atores e Plateia: Deputados Federais.
O circo mediático transmitido em direto deve ter apanhado desprevenidos muitos telespectadores. Não, não podia ser. Devia ser alguma dramatização caricatural sobre a vida parlamentar do Brasil.Com cachecóis, bandeirinhas, cartazes e faixas com slogans? Com os oradores rodeados de apoiantes? Com gritos, apupos, aplausos e vaias? Com gente de pé a deslocar-se de um lado para o outro? Com palavras de ordem?
Mas... Mas o Presidente estava lá! E dava a palavra!
Era um arremedo de democracia, mas era mesmo o relato em direto da sessão do Parlamento que se pronunciava sobre o processo de destituição da presidente! Era mesmo verdade! Eram mesmo os deputados federais que iam usando da palavra! Mas sobre “o crime de responsabilidade” de Dilma, nada!
Aquela sessão foi um atentado à democracia, dificilmente concebível! Doeu-me. Julgo que terá doído a qualquer democrata. Nem vou questionar se há ou não razões fundadas para destituir a presidente. Não as ouvi. O que ouvi, foi evocar as mais incríveis e absurdas razões para votar sim. E em Português!
Serviria para algo, enviar uns “RAMINHOS DE ALECRIM”?!
Dia Mundial da Terra – É na sexta-feira que se assinala mais um Dia Mundial da Terra. Ou mais oficialmente O Dia Internacional da Mãe Terra, criado pelas Nações Unidas em 2009, visando despertar as consciências para a necessidade coletiva de cuidar do Planeta Terra. O dia teve origem no primeiro protesto contra a poluição, organizado na América em 22 de abril de 1970, tendo sido adotado internacionalmente em 1990. A consagração pela ONU foi só mais um passo para tornar este dia ainda mais simbólico. As cimeiras do clima têm vindo a confirmar as visões mais pessimistas. O Planeta Terra está em perigo. Como alertava o Papa Francisco na Laudato Si, publicada meses antes da Cimeira de Paris do ano passado:: “As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade”.
Sexta-feira é dia de pensar no desafio e de repensarmos a nossa pegada ecológica.