a propósito da unidade industrial de secagem de baçago
Luís Correia acusa vereadores do PSD de agirem de “má-fé”
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, e os vereadores do Partido Social Democrata (PSD), na última sessão pública do executivo, realizada sexta-feira, envolveram-se numa troca de acusações sobre o processo de licenciamento de uma unidade industrial de secagem de bagaço.
Luís Correia, reagiu às recentes declarações dos vereadores do PSD que o acusaram de mentir sobre o processo de licenciamento da unidade industrial, cuja instalação está prevista acontecer na vila de Alcains, acusando-os de agirem de “má fé”.
“O que está aqui em causa é o licenciamento industrial. É líquido que a Câmara Municipal licencia urbanisticamente. Não me venham atirar areia para os olhos, os senhores [vereadores do PSD] têm o dever de esclarecer as pessoas”, afirmou o autarca.
Em reação, o vereador do PSD, Paulo Moradias, disse não encontrar nenhuma incongruência nas suas palavras e adiantou que num documento enviado pelo município ao reque- rente (empresa), refere que estava deferido o licenciamento.
A troca de argumentos entre o presidente do município e o vereaador social-democrata estendeu-se ao longo de praticamente toda a sessão, onde foram esmiuçadas as declarações feitas pelo autarca numa assembleia municipal onde o assunto foi abordado.
Luís Correia argumentou com as diferentes competências para o licenciamento da unidade e rebateu na questão de que a Câmara apenas tem competência para licenciar a construção da fábrica, sendo o licenciamento industrial da competência de outras entidades.
“Baralhar as questões de licenciamento industrial e do licenciamento urbanístico e procurar atacar o presidente, agiram de má fé, porque não vejo onde está qualquer contradição ou mentira”, sustentou.
Paulo Moradias, voltou a insistir: “As responsabilidades de que estamos a falar são as da Câmara e não as respeitantes a outras entidades, ponto final” e acrescentou que nenhuma licença é passada só com o projeto de arquitetura.
“Não vale a pena estarmos aqui a brincar com a semântica”, sublinhou.
A troca de argumentos entre o presidente do município e o vereador do PSD “azedou” e o autarca voltou a reafirmar: “O que está aqui em causa é que o senhor disse que eu menti. Ainda não encontrei nenhuma afirmação minha a dizer que (a unidade) não estava licenciada”.
“Aqui é que está a sua falha. Disse que o presidente mentiu. O senhor para ser correto já devia ter dito que errou. Se tivesse bom senso já o devia ter feito. A questão central está aqui, na questão da mentira”, afirmou Luís Correia.
A instalação desta unidade industrial de secagem de bagaço de azeitona na Freguesia de Alcains, tem sido motivo de várias controvérsias, sobretudo, por motivos ambientais.