Associação Fabre Actum promove primeiro encontro sobre Património & Artes
“Portugal não tem uma política para o património industrial”
A Fabre Actum – Associação para a Dinamização, Defesa & Animação de Património e Artes, realizou, sexta-feira e sábado, o primeiro encontro Património & Artes, subordinado ao tema Património Industrial e Meio Ambiente, que decorreu no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco.
Na conferência inaugural, o presidente da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI), Jorge Custódio, disse que em Portugal não há uma política para o património industrial e adiantou que o País tem vivido de ações esporádicas e sem uma política concertada.
“O que acho que devo dizer é que não há para o património industrial uma politica. Isto quer dizer que o nosso país tem tido ações esporádicas, mas nunca com uma politica concertada que pudesse dizer: olhemos para o património industrial como a nossa herança comum europeia”, afirmou Jorge Custódio.
Este responsável disse que o País “está atrasado” em matéria do património industrial e adiantou que as autoridades “têm andado muito preocupadas” com outros patrimónios e não têm dado valor nem uma política ao património industrial.
Adiantou ainda que Portugal faz parte da Europa e que o Conselho Europeu desenvolve iniciativas para todos os Estados-membro, sendo que o património industrial é uma componente fundamental do património europeu. “O que acontece, tendo nós adotado legislação, cartas e recomendações internacionais, tendo uma atitude de entendimento desta realidade desde muito cedo, verificou-se no entanto, que nunca se definiu uma politica coerente para o património industrial e técnico do País”, sustentou.
A APAI é uma associação que nasceu em 1986/87 a partir da Associação Industrial da Região de Lisboa. “Nós nunca, a APAI, andou ao pedido de qualquer subsídio, nunca trabalhamos nessa área. Queremos ter a nossa autonomia e a nossa independência, mas queremos dizer com toda a voz e força que não há uma politica para o património industrial em Portugal”, concluiu. Na sessão de abertura, o presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Jorge Neves, disse que o tema desta iniciativa, “não é muito habitual na nossa cidade” e adiantou que em Castelo Branco existe algum deste património que importa preservar e conhecer.
“Talvez seja um património mal amado. Amamos melhor aquilo que conhecemos”, frisou.
Já o vereador da Câmara de Castelo Branco, Fernando Raposo, realçou a importância da parceria existente entre a associação organizadora e a autarquia, na promoção e preservação do património.
Adiantou que o município está sensibilizado para estes assuntos e tem uma “política muito clara” no plano da preservação do património existente.