24 de fevereiro de 2016

João Belém
Tecnologias... cuidados a ter

De uma forma geral, as novas tecnologias ocupam uma parte significativa de tempo e variam entre práticas de comunicação, entretenimento e aprendizagem. Os mais novos mostram-se muito disponíveis e motivados para o seu uso, fazendo-o de forma intensa e autónoma.
De acordo com o projeto europeu EU Kids Online (Livingstone& Haddon), as crianças europeias acedem pela primeira vez à internet entre os sete e os dez anos.
Também em Portugal, os mais jovens destacam-se enquanto principais utilizadores, fazendo um uso diversificado e individualizado das tecnologias digitais e neste contexto o computador e a internet são utilizados para fins escolares, jogar, receber e enviar e-mails, ‘falar’ com os amigos, consultar sites de interesse pessoal, fazer downloads, ouvir música ou ver vídeos.
Seguido de perto pela escola, o espaço doméstico é também eleito como o contexto de acesso preferencial, encontrando-se em muitos casos o computador, tal como uma televisão, no próprio quarto. A casa de amigos é outro local de eleição.
Em resultado das políticas educativas de disponibilização de equipamentos a baixos preços aos alunos, nomeadamente os programas “e-escola” e “e-escolinha”, a posse de portátil pessoal pelos mais novos cresceu de 7,9% em 2006 para 65,2% em 2010, colocando Portugal no topo da tabela europeia
Tornou-se pois um hábito os pais facultarem aparelhos tecnológicos aos filhos para os entreter e sossegar. O problema é que isto começa a acontecer cada vez mais cedo e a maioria dos pais desconhece os riscos. Foi publicado no passado 9 de Fevereiro, dia europeu Safer Internet Day (Dia para uma Internet mais segura), um estudo  – coordenado em 18 países pelo Joint Research Centre da Comissão Europeia –  sobre os hábitos de uso de tecnologias digitais por crianças com idades até aos oito anos, os riscos que estas correm e a atitude dos seus pais. 
Uma das conclusões a que chegam as investigadoras é que “ é no YouTube que os jovens estão mais vulneráveis. No agregador de vídeos, mesmo que estes estejam a ver vídeos infantis, os perigos encontram-se nas sugestões que surgem ao lado destes, que incluem, muitas vezes, opções inapropriadas”
Para lá do website de vídeos, as investigadoras aperceberam-se ainda que crianças com idades inferiores aos 8 anos costumam sobretudo usar o tablet para jogar. Mas como estas crianças “ainda estão a aprender o que é real ou não, o que é o bem e o mal” o facto de jogarem tipo de jogos, inadequados para a sua idade, tem efeitos imprevisíveis para o seu crescimento. O problema, segundo a mesma, está na atitude dos pais que “encolhem os ombros”.
Considerando que na maioria dos casos não se trata de um comportamento negligente, a investigadora acredita que os pais revelam sobretudo alguma ignorância sobre os vários riscos que os seus filhos correm. “Como as crianças ainda estão a aprender a ler, os pais pensam que não há riscos”, explica a investigadora os pais tendem a acreditar que o diálogo com os filhos ajuda mais do que o estabelecimento de filtros nos dispositivos, quando nem sempre é o caso.
No entanto, a solução não é retirar a presença dos aparelhos pois segundo muitos estudos divulgados a tecnologia ajuda e desenvolve as crianças não só a nível do conhecimento mas também ao nível “coordenação motora e dos reflexos”.
Assim deve haver a adoção de medidas de controlo parental, como bloqueios com códigos de acesso ou filtros de conteúdos, restrições estas que não são usadas pela maioria dos pais simplesmente porque eles não sabem como o devem fazer devendo pois investir-se na formação nestas matérias não só para os pais, mas também dirigidas às escolas e aos professores.

24/02/2016
 

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