ASSEMBLEIA MUNICIPAL ASSINALA 42 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
“Cumprir os ideais de Abril faz-se com ações”, defende Luís Correia
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, afirmou, segunda-feira, no decorrer da Assembleia Municipal comemorativa dos 42 anos do 25 de Abril de 1974, que “cumprir os ideais de Abril faz-se com ações”, acrescentando que exemplo disso é o que se faz em Castelo Branco.
Luís Correia avançou depois que “hoje somos um povo que se agiganta, saído de um período particularmente difícil para os portugueses”, reafirmando que “a Revolução de Abril faz-se de ideais”, para defender que “continua a ser um desígnio nacional”, pelo que é para isso que trabalhamos, sendo exemplo disso o executivo que trabalha para o desenvolvimento do Concelho”. Uma matéria em relação à qual há “a destacar a artes criativas, a atividade cultural que está a ser desenvolvida no município, sendo esta uma entre muitas outras áreas”.
No início da sessão, o presidente da Assembleias, Valter Lemos, referiu-se ao 25 de Abril como “um golpe, uma revolução, ou um golpe seguido de revolução”, para assegurar que, “certamente, nunca haverá acordo sobre isso”.
Do que não resta a menor dúvida para Valter Lemos é que “a diferença do Portugal dos anos 70 e da atualidade é abismal”, apesar de também afirmar que “persistem muitas diferenças na sociedade portuguesa e muitas até se ampliaram nos últimos anos”.
Tudo, para mais à frente defender que “o combate às desigualdades é hoje tão ou mais importante que há 40 anos”, depois de esclarecer que “há quem confunda desigualdade com diferença, quando diferença é uma essência da natureza e desigualdade é algo social”.
Já nas intervenções das bancadas, Luís Barroso, do Bloco de Esquerda, confessou ser “um privilegiado por viver num concelho que sempre comemorou esta data”, para de seguida assegurar que “cumprir Abril é acabar de vez com o ataque ao estado democrático”, aproveitando para fazer uma alusão à Constituição da República Portuguesa, que “fez 40 anos e é filha do 25 de Abril”.
António Figueiredo, do CDS/PP, defendeu que “recordar a data cívica deste momento é um dever”, porque “viver em democracia e liberdade é um ativo ao qual não queremos renunciar”.
O deputado do CDS/PP afirmou também que “ser socialmente responsável é ir além das leis”, para defender que “um imperativo em territórios desertificados, como o nosso, é necessário implementar incentivos”, porque “sem investimento não há crescimento e sem crescimento não há criação de emprego”.
Da bancada da CDU, José Rocha recordou que “em 1976 nasceu a nossa constituição, que é uma das mais avançadas do Mundo”, avançando, por outro lado, que “42 anos depois a Revolução mantém-se inacabada”, garantindo que “a situação política, social e económica permanece sombria”.
Já para Ana Rita Calmeiro, do Partido Social Democrata (PSD), é uma certeza que “todos os anos, neste dia, falamos de liberdade. Os discursos revelam nostalgia da Revolução”, sendo igualmente garantido que “hoje é um outro Abril. Temos liberdade”, mas considera que “os portugueses estão afastados da política, enojados até”.
Por isso defende que “hoje, devemos ser, nesta data, cidadãos de Abril, Portugueses, Albicastrenses” e parafraseando Protágoras realçou que “a virtude da política pode ser ensinada e todos a devem aprender”, deixando o desafio de que “saibamos honrar Abril”.
Cláudia Soares, do Partido Socialista (PS) começou por revelar “orgulho de pertencer à geração da liberdade”, apesar de “ter nascido dois anos depois do 25 de Abril, pelo que não tenho memória vida da Revolução, mas mesmo tendo nascido depois dela continuo a lutar pelos seus princípios”.
Acrescentou que “42 anos é sinal de juventude, mas começa a apresentar alguns sinais de velhice, porque os cidadãos afastam-se”.
Cláudia Soares, por outro lado, afirmou que “cumprir Abril é também combater as assimetrias, acentuadas entre o Litoral e o Interior”, referindo-se ainda “às desigualdades sociais”, para assegurar que “sem coesão social não pode haver liberdade plena”.
António Tavares