NA SESSÃO PÚBLICA DA CÂMARA
Troca de acusações entre SEMPRE e Leopoldo Rodrigues sobe de tom
A troca de acusações entre os vereadores Luís Correia e Jorge Pio, do SEMPRE – Movimento Independente, e o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, voltou a dominar as atenções no período de antes da ordem do dia da sessão pública do executivo realizada na passada sexta-feira, 18 de julho.
Tudo começou com a primeira intervenção e Luís Correia ao afirmar que “a chegar ao final do mandato importa fazer um balanço. Ver o que foi concretizado e não foi e comparar com o que foi prometido”, para perguntar “se o senhor presidente está disponível para fazer o balanço do mandato”.
Por seu lado, Jorge Pio, focado na mobilidade, quis saber o ponto da situação das ciclovias, ao perguntar que “afirmou que tinha reunido com a empresa que projetou as ciclovias. Há algum resultado? Há algo para concretizar?, pretendo igualmente saber “quantas Binas estão disponíveis para utilização”.
Sem responder a Luís Correia, Leopoldo Rodrigues dirigiu-se a Jorge Pio para questionar “por que é que na altura decidiu interromper o projeto das ciclovias”.
Motivo que levou Luís Correia a salientar que “lamenta-se que continue a falar no passado. O que está aqui em causa é que prometeu que ia fazer as ciclovias e não fez. Não resolveu qualquer problema e não tem vontade das fazer. Chegamos ao final dos quatro anos e nas ciclovias nada foi feito”.
Luís Correia abordou também a questão da antiga Residência de Estudantes da Calouste Gulbenkian, na Rua Príncipe Perfeito, e a sua requalificação, ao denunciar que “nada foi feito, porque não foram retirados os dossiers”, referindo-se ao espólio documental do Ministério da Educação que ali está guardado
Leopoldo Rodrigues confirmou que “ainda não temos resposta (da parte da Educação) para a retirada dos dossiers”, que realça que “são parte da história do 1.º Ciclo em Castelo Branco”, questionando se os coloca numa garagem, numa arrecadação, o que faço com eles”.
Situação e relação à qual Luís Correia assegurou que “já teria tirado os dossiers e colocado num local seguro para iniciar as obras”.
Tudo para logo de seguida abordar o tema da Escola de Chefs, ao afirmar que “os vereadores do SEMPRE ainda não sabem para que vai servir a Escola” e avançar que esta semana “tive duas informações. A primeira é que as obras da secção de cozinha e restauração no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) estão a começar. A segunda que a Câmara apoiou a Escola Nuno Álvares para uma cozinha pedagógica, mas passados dois anos não há um único curso de cozinha na Escola”. Por outro lado, referiu que “a Escola Agostinho Roseta também forma nesta área”, para apontar para “sobreposição” e sublinhar que “ainda não conseguimos vislumbrar o que vai ser a mais-valia da Escola de Chefs”.
Na resposta, Leopoldo Rodrigues afirmou aquando da “pandemia de COVID o IEFP se posicionou. A Câmara não se posicionou a projetos relevantes. A projetos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Assim não aconteceu no IEFP, estando eu como diretor do Centro de Emprego e Formação de Castelo Branco”.
Já quando à Escola Nuno Álvares adiantou que “fizemos um investimento na cozinha”, para considerar que “a sua dinamização corresponde às propostas da Direção Regional de Educação do Centro”.
Tudo para concluir que “a Escola de Chefs é um grande projeto para Castelo Branco. É uma das coisas que nos distingue. É uma projeção para o futuro, para o desenvolvimento do turismo da nossa região”.
Leopoldo Rodrigues, em termos mais amplos, referiu-se à obra feita, para criticar Luís Correia enquanto foi presidente de Câmara, a afirmar que esteve “oito anos fechado em si próprio. Não teve visão para desenvolver o Concelho e a cidade de Castelo Branco”, considerando que “podia ter aproveitado o embalo de 16 anos de Joaquim Morão”. Isto em oposição “a quatro anos de trabalho intenso, dedicado” e voltar ao ataque ao frisar que “vive fechado numa bolha”
Críticas às quais Jorge Pio ripostou, também com críticas, ao afirmar que “vive num mundo cor de rosa, em que tudo o que prometeu em 2021 está a ser concretizado”, criticando “a maneira como fala do passado”, o que leva o vereador do SEMPRE a questionar “como é que Castelo Branco sobreviveu até 2021. Para si o passado foi destruidor para Castelo Branco. Passado que sempre defendeu”.
As respostas também surgiram, da parte de Luís Correia, ao adiantar que “acusa-me de viver numa bolha fechada. O senhor teima em viver na sua ilusão. A ilusão não cria desenvolvimento. Vive numa ilusão e faz um esforço permanente para iludir as pessoas que está a fazer grandes coisas. Não fez nada de estruturante”.
António Tavares