28 de dezembro de 2016

LIVRO DA AUTORIA DA ASSOCIAÇÃO HISCULTEDUCA
Manter viva a memória e o legado do Colégio de São Fiel

O Ensino dos Jesuítas – Colégio de São Fiel (1863-1910) é o título do livro da Associação HiscultEduca que foi apresentado quinta-feira, por Justino Magalhães, da Universidade de Lisboa, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
Na apresentação da obra, Ernesto Candeias Martins, da HiscultEduca, começou por afirmar que esta “um trabalho que teve como ponto de partida dois colóquios realizados este ano, sendo um trabalho coletivo, com artigos da autoria de Ernesto Candeias Martins, Luís Costa, Adelaide Salvado, padre José Manuel Lopes, Teresa Rosa e Francisco Malta Romeiras”.
O professor e investigador realçou depois aqueles que apontou como “os três contributos dos colégios jesuítas para a história da educação”.
O primeiro “é o conceito básico de turma que tinham, que foi transposto para o sistema público português”, dando igualmente realce “às revisões periódicas, as sabatinas, que tinham lugar no final da semana”.
Em segundo lugar recordou que os jesuítas, “em termos de educação física e condições higiénicas eram muito exímios na sua aplicação, além de introduzirem a ginástica pedagógica”.
No terceiro contributo referiu-se à “disciplina e comportamento. Tinham um sistema de méritos, que consistia em aprovado ou não aprovado”, acrescentando que “o Colégio tinha algo que as famílias encontravam nessa disciplina”, aproveitando ainda para mencionar alguns dos alunos mais conhecidos que passaram por São Fiel, como é o caso de Robles Monteiro, Egas Moniz, Luís Cabral Montado e António Ferrão.
A apresentação do livro continuou depois com a intervenção de Justino Magalhães, que o classificou como “um contributo para a memória, para história”, argumentando que “a educação passa pela educação cívica. Passa pelo local, por resgatar a memória do local”.
Justino Magalhães acrescentou que o livro “resulta de dois colóquios e traz um contributo fundamental para a história da educação, da Região e da Companhia de Jesus”.
Sublinhou logo de seguida que “parte do que aconteceu em São Fiel era a educação nova. A educação nova estava a acontecer”, para falar na “educação integral” e avançar que “o Colégio de São Fiel é uma implantação muito próxima do que viria a ser a escola nova. Os 30 princípios da escola nova, apresentados num livro de António de Sena Faria de Vasconcelos (pedagogo Albicastrense, que esteve presente no Movimento Pedagógico Escola Nova), estão ali, num internato em enquadramento rural”.
Depois de abordar a história dos jesuítas em Portugal, Justino Magalhães voltou a centrar a atenção no livro, para afirmar que “é formado por duas partes, em mais de 400 páginas, contendo textos, ensaios, documentação e reflexões, tratando-se de um livro bem documentado e profusamente ilustrado”.
Na intervenção Justino Magalhães fez ainda um resumo dos capítulos escritos por cada um dos autores, não deixando, pelo meio, de fazer uma referência à Brotéria – Revista de Sciencias Naturaes. Uma revista de ciência que se destacou em Portugal e que começou a ser publicada em 1902, por Joaquim da Silva Tavares, Cândido Azevedo Mendes e Carlos Zimmermann, que eram professores do Colégio de São Fiel, em Louriçal do Campo, deixando de ser publicada apenas em 2002.
António Tavares

28/12/2016
 

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