Joaquim Martins
Todos podem ser artesãos de paz!
Todos podem ser artesãos de paz! – O Papa Francisco entregou a uma criança, envolto num ramo de oliveira, o “apelo pela paz” que ele próprio e os líderes religiosos e políticos (seis prémios nobel da Paz), presentes em Assis iriam subscrever. O represente do Budismo Tendai japonês leu o texto.
Foi no passado dia 20, trinta anos depois do primeiro encontro que, naquele mesmo local, uniu, em oração pela paz, o Papa João Paulo II e muitos líderes religiosos e políticos.
O gesto do Papa e o apelo não tiveram grande eco na Comunicação Social.
É um fato que o apelo de Assis, iniciado há 30 anos continua a fazer caminho. Deram-se passos no entendimento do papel das religiões na construção da paz; Deram-se passos no caminho do reconhecimento do valor da dignidade humana; Deram-se passos no aprofundar do debate e diálogo como prova a iniciativa que precedeu o encontro de Assis deste ano, promovido pela Comunidade de Santo Egídio, em que 450 participantes de diferentes religiões e culturas refletiram a temática: Sede de Paz – Religiões e Culturas em Diálogo.
Mas, no mesmo período, e devido à guerra, acentuaram-se as perseguições aos cristãos e a várias minorias étnicas; o fanatismo religioso expandiu-se e o terrorismo instalou-se nas velhas democracias.
Urge ouvir “o apelo pela paz”, 2016:
“Imploramos aos Responsáveis das nações que sejam desativados os moventes das guerras: a ambição de poder e dinheiro, a ganância de quem trafica armas, os interesses de parte, as vinganças pelo passado.
Cresça o esforço concreto por remover as causas subjacentes aos conflitos: as situações de pobreza, injustiça e desigualdade, a exploração e o desprezo da vida humana.
Abra-se, finalmente, um tempo novo, em que o mundo globalizado se torne uma família de povos.”
Impõe-se que se assuma que “todos podem ser artesãos de paz”. Pela Oração. Pela Ação. Por ambas.