PSD coloca territórios de baixa densidade no topo da sua agenda política
“Territórios não podem ser tratados de forma igual quando são desiguais”
O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, reforçou o compromisso de colocar na sua agenda política os territórios de baixa e muito baixa densidade
O líder social-democrata, que se deslocou segunda-feira a Castelo Branco para encerrar a conferência Territórios de Baixa Densidade – Valorização e Coesão, promovida pelo PSD, antecipando a discussão em plenário de um diploma que defende a criação de condições mais favoráveis para estas regiões, alertou para o facto de o País, e as regiões do Interior especificamente, necessitarem de ter, a par de crescimento económico, um desenvolvimento económico.
“A nossa visão é a de que possamos ter um crescimento da economia que propicie o desenvolvimento do País no seu todo. Se queremos preservar a liberdade das pessoas se movimentarem, temos de criar também condições para que as pessoas possam ter o direito de escolha de ficar na terra onde nasceram. Não devemos confundir a liberdade com a necessidade de sair da terra”, afirmou.
Passos Coelho defendeu ainda que os territórios não podem ser tratados de forma igual quando são na verdade tão desiguais e reafirmou a esperança de que o projeto do PSD, que vai estar em discussão na Assembleia da República a 13 de outubro, possa vir a ser aprovado.
“A iniciativa do PSD não é redutora, aproxima-se mais daquilo que é uma lei quadro ou lei de bases. Este é um processo aberto”, frisou.
Durante a sessão de abertura, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, lançou um desafio público ao Partido Socialista (PS), para que tenha uma postura de Estado e considere este objetivo estratégico para o futuro do País.
E adiantou que espera, neste domínio, que possam concentrar as energias na procura daquilo que pode aproximar os partidos e que não haja uma partidarização excessiva nesta matéria.
“Espero que os parlamentares, todos eles, possam no dia 13 (outubro) estar de peito aberto nesta discussão e possamos fazer a partir do nosso projeto também um incremento legislativo que possa servir de base a este e aos próximos governos para não perder de vista este objetivo”, sustentou.
Já o presidente da Distrital do PSD de Castelo Branco, Manuel Frexes, realçou o facto de hoje o País viver uma situação de desequilíbrio estrutural entre regiões, como não há registo.
“Hoje mais de metade da população encontra-se concentrada em cinco por cento do território, sobretudo nas regiões metropolitanas de Lisboa e do Porto”, disse.
Manuel Frexes entende que não tem havido “vontade política” para alterar esta situação e apelou a um consenso nacional sobre o assunto.
“Se há motivos que devem promover o consenso, este é um deles. Deve ser um desígnio nacional”, disse.