3 de fevereiro de 2016

CASA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE CASTELO BRANCO
Uma história com 150 anos

A Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco (CIJE) está este ano a comemorar os 150 anos de existência. Um aniversário histórico, que será assinalado com um programa que tem início dia 10 deste mês e se prolonga até outubro, com diversas atividades, claro está, abertas à comunidade.
Recorde-se que a CIJE, que é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), foi inaugurada a 10 de fevereiro de 1866, pelo poeta trasmontano, natural de Peso da Régua, comendador Guilhermino de Barros, que foi um político do Partido Histórico e, mais tarde, progressista, que foi alto dirigente da administração pública.
Criada sob a designação de Asilo Distrital de Castelo Branco, a CIJE surgiu da necessidade de acolher crianças órfãs, mas também com o objetivo de disponibilizar educação e formação, porque, como avança a instituição, “Guilhermino de Barros entendia que era preciso dar às crianças e jovens as condições necessárias para desenvolvimento da vida afetiva e emocional”.
Começou por funcionar no Solar dos Cavaleiros, na Rua dos Cavaleiros, na Zona Histórica de Castelo Branco, mais precisamente onde atualmente está instalado o Museu Cargaleiro, sendo que as instalações eram cedidas pelo Recolhimento de Santa Maria, que ali tinha as suas instalações.
Só depois do 25 de Abril de 1974 é que a CIJE mudou para as instalações atuais, na Rua dos Chões, também na Zona Histórica da cidade, pela mão de Ulisses Vaz Pardal que, em 1975, foi também o responsável pela mudança de denominação, deixando de se chamar Asilo Distrital de Castelo Branco para passar a ser a Casa de Infância e Juventude de Castelo Branco.
Ao longo destes 150 anos de história a instituição tem-se adaptado às novas realidades, “promovendo uma intervenção integrada, onde a cooperação e a corresponsabilidade de toda a comunidade é fundamental”, porque “com inovação e qualidade pretendemos ser um exemplo de boas práticas”, numa área específica como são os lares que, por decreto-lei são “são equipamentos sociais que têm por finalidade o acolhimento de crianças e jovens, proporcionando-lhes estruturas de vida tão aproximadas quanto possível às suas famílias, com vista ao seu desenvolvimento físico, intelectual e moral e à sua inserção na sociedade”.

Instituição acolhe
36 crianças e jovens
A CIJE, atualmente, acolhe 36 crianças e jovens, todas do sexo feminino, uma vez que embora inicialmente acolhe-se crianças e jovens de ambos os sexos, isso foi algo que se alterou já há muito tempo.
As 36 crianças e jovens que ali têm a sua casa têm idades compreendidas entre os quatro e os 20 anos, com a presidente da direção, Graça Frade, a explicar que “por definição o acolhimento é até aos 18 anos, mas, depois, as jovens podem pedir o prolongamento da medida”.
Graça Frade, que está no início do segundo mandato, depois de suceder no lugar a Dias de Carvalho, que se mantém ligado à instituição como presidente da mesa da assembleia geral, adianta que do universos de crianças e jovens, quatro frequentam a formação profissional na Escola Agostinho Roseta, duas estão no centro do formação do Instituto do Emprego e Formação Profissional, havendo outras que frequentam cursos vocacionais, tanto na Escola Secundária Nuno Álvares (ESNA), como na Escola Secundária Amato Lusitano (ESAL). Outras estão ainda integradas nos diversos estabelecimentos de ensino da cidade, incluindo a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), “de acordo com as necessidades e o desenvolvimento”.
Para manter instituição em funcionamento, a CIJE conta com uma equipa de 19 colaboradores, na esmagadora maioria mulheres, que são 18.
Equipa que conta ainda com um elemento ao abrigo dos programas ocupacionais.
Claro está que os elementos da direção também são elementos ativos e, para além disso, há ainda que contar com os voluntários, que são considerados uma peça “importantíssima e fundamental e nos trazem áreas diferentes e trazem disponibilidade para as crianças e jovens, o que é uma mais valia”.
De modo a assegurar o funcionamento a CIJE é financiada pela Segurança Social, mas a Câmara e a Junta de Freguesia de Castelo Branco, bem como outras associações e empresas também têm um papel chave indispensável.

Desafios
e necessidades
Graça Frade, confrontada com os problemas que a CIJE enfrenta, revela que um deles resulta do facto “das jovens virem para cá cada vez mais tarde, já com muitos problemas em que já é difícil intervir”, mas sublinha que esse é, apenas, mais um desafio.
No que se refere às necessidades, ao ser-lhe perguntado qual seria a melhor prenda de aniversário, Graça Frade não hesita em afirmar que “uma carrinha nova era a melhor prenda”.
A esta junta ainda “mais um apartamento de autonomia, porque a instituição tem um, mas precisamos de outro, uma vez que há várias jovens a fazer 18 anos e que, por isso, transitam para a denominada casa de autonomia”.
A presidente da direção fala ainda de outros projetos, como, por exemplo, na área do desporto, “onde precisamos de trabalhar para o aproveitamento do nosso espaço exterior”.
Em matéria de projetos avança que existe outro, que passa pela recuperação, por parte da Câmara, de um forno localizado na Rua de Santa Maria, para depois a CIJE ali desenvolver atividades.
Já a ser implementado está o projeto Linhas e Aventais, que tem como objetivo estabelecer uma ligação entre a cozinha e a costura, que “são duas atividades que agradam às jovens e que também as prepara para a vida”.
António Tavares

03/02/2016
 

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