5 de outubro de 2016

Fernando Serra
Recado à Valnor e à Câmara Municipal de Castelo Branco

Esta denúncia configura o cenário promíscuo a que a Valnor, uma empresa responsável pela recolha de resíduos urbanos, sujeita quem lhe paga para que exista. E através de custas (minudência de somenos importância...) cada vez mais chorudas sem, porém, os devidos retornos retributivos. Aquilo que, mais que imoral, assume, quanto a nós, foros de burla qualificada.
Quem se bata pela preservação ambiental e cultive a necessidade da higiene urbana enquanto ante-câmara da saúde pública fica, no mínimo, paralisado na surdez de interrogações a que não chegam respostas. Respostas que poderiam justificar (se acaso isso fosse possível...) aquilo que nos aproxima da sordidez em que navegam os países mais retrógrados do planeta. Mas fiquemos por cá. Que é como quem diz, por esta terra acolhedora do concelho de Castelo Branco.  
PÓVOA DE RIO DE MOINHOS. Aldeia bonita, de gente campesina, laboriosa, hospitaleira, terra guardiã do sossego, dos gorjeios matinais e da quietude nocturna. Numa zona residencial recente, a caminho da Barragem de Santa Águeda, bem colados ao largo em final de requalificação, jazem ecopontos de recolha de lixo para reciclagem que, por incúria da empresa Valnor ao serviço da Câmara Municipal de Castelo Branco, a coberto de eventual desconhecimento da Junta de Freguesia local, regurgitam de detritos domésticos, ao ponto de transvazarem para o exterior onde permanecem numa montureira fedorenta a céu aberto, a aguardar a retirada, que acontece (inacreditável!) apenas de tempos a tempos. Num país que se pretenderia civilizado, o espectáculo sujo e deprimente a espreitar o limiar do surrealismo, potencialmente lesivo da saúde pública e directo inquinador do ambiente, assenta arraiais por semanas e semanas sucessivas, cada dia mais enriquecido de novos “adereços” (...). E é partilhando um cenário que ultrapassa a fasquia do terceiro-mundismo que, em redor, se erguem lindas moradias cujos locatários se quedam sonegados num direito que lhes é devido, porque depois de o pagarem, o mesmo lhes vem a ser negado - a higiene urbana e o bem-estar ambiental. Tão só!
Fomos informados telefonicamente por operadora da empresa Valnor que a mesma carecia de pessoal laboral. “Porque não o admite” é a interrogação plausível que a lógica impõe. Como são possíveis tais argumentos perante a realidade arrasadora de tantos candidatos na procura frustrada de emprego? Que seja do conhecimento público, não são conhecidas insolvências, à escala nacional, no domínio das empresas que se dedicam à recolha de produtos para reciclagem. E ainda bem! Sendo assim, como explicar o não cumprirem com rigor os contratos que celebram com as edilidades? E aqui a situação assume foros de especial gravidade quando estas contraem sociedade com empresas prestadoras de serviços, como é o caso da Câmara Municipal de Castelo Branco com a Valnor, segundo informação colhida desta em 21 do corrente. Gravidade acrescida, diga-se, na proporção directa da conivência...
Mediante o que ficou narrado e o que terá ficado por dizer, é sobejamente razoável que se deixe, ao desafio dos responsáveis, uma pergunta a requerer resposta coerente: qual a motivação do cidadão comum (a que tanto o exortam) no dever cívico da separação do seu lixo doméstico quando, logo após, o forçam a coabitar com a insalubridade e a imundície?!
Finalmente e da mesma forma construtiva que presidiu à elaboração desta denúncia, daqui instamos a Valnor e a Câmara Municipal de Castelo Branco no sentido de, a muito curto prazo, ambas inverterem aquilo a que ninguém hesita em classificar de lesa-Natureza, lesa-ambiente, lesa-saúde humana, lesa-direitos. Acresce a isto que empresas, cujo desleixo ou oportunismo comprometeram a qualidade e a eficiência da laboração por razões que só a elas diz respeito, são prestadoras não de serviços de utilidade pública, mas de um mau exemplo de cidadania, face às populações que se empenham no asseio dos seus espaços residenciais.

07/10/2016
 

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