Joaquim Martins
Os Papéis do Panamá!
Os Papéis do Panamá! – A ponta do véu que os ficheiros revelados da empresa Panamiana Mossack Fonseca permitem visualizar, são esclarecedores. Há inimagináveis milhões e milhões escondidos em paraísos fiscais. Alguns de forma legal e sem crime fiscal, a grande maioria de forma ilegítima visando benefícios fiscais ou esconder negócios escuros de guerras, armas, droga, petróleo, jogo, roubos, escravatura, etc., etc.
São surpreendentes os dados revelados? Não – Dizem os especialistas. Todos os governos e responsáveis políticos, ao mais alto nível, sabem da existência dos offshores e quase todos fecham os olhos para não ver. Agora que o foco está no Panamá, mas sobre uma empresa que até é apenas a quarta do ranking nos negócios de offshores, o sistema estremece ligeiramente mas não mexe. Até dá jeito para que sejam desviados os olhos dos autênticos Paraísos Fiscais que são o Luxemburgo, a Holanda, o Liechtenstein, a Irlanda, ou a Inglaterra, para referir só o universo da União Europeia.
A maior curiosidade dos Papéis do Panamá, até ao momento, são os principais alvos das denúncias: amigos de Putin, Bashar al-Assad e Bouteblika; os presidentes do México e da Argentina; O rei de Marrocos; O primeiro ministro do Paquistão e da Islândia. É curioso, não é?! Claro que também há muitos Idalécios e bancos. O Le Monde de hoje (5/4/2016) denuncia, entre outros, o caso de um dos grandes bancos franceses, a Societé Generale, cujos responsáveis em 2010, “tinham afirmado querer fazer cessar todas as atividades com o Panamá” e anunciaram mesmo “o fecho da sua filial local” e que, verifica-se agora estarem no top cinco dos bancos que utilizavam a firma Panamiana, onde registaram 979 sociedades offshores, ficando pouco atrás do britânico HSBC, com 2.300, e dos suíços UBS, com1.100 e o Crédit com1.105.
Será que é agora que Comissão Europeia, FMI; OCDE; G’8 e 20 e os governos vão começar a tomar decisões?