PARTIDO ECOLOGISTA OS VERDES
“Almaraz para lá de 2020, nem pensar”
A deputada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) Heloísa Apolónia defendeu segunda-feira, em Castelo Branco, que “Almaraz para lá de 2020, nem pensar”.
A posição foi assumida numa conferência de Imprensa realizada no âmbito das Jornadas Paramentares dedicadas às ameaças e riscos da Central Nuclear de Almaraz que segunda e terça-feira trouxeram aos distritos de Castelo Branco e Portalegre os deputados Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira.
No encontro mantido com a Comunicação Social, Heloísa Apolónia defendeu também que perante tudo aquilo que já se passou, a pressão sobre Almaraz e sobre o governo espanhol, para além do ministro do Ambiente, deve também envolver o ministro dos Negócios Estrangeiros e o Primeiro Ministro, deixando ainda um apelo para que o Presidente da República também se envolva.
Heloísa Apolónia começou por destacar que as Jornadas Parlamentares com Almaraz como pano de fundo tinham como objetivo “alertar para os riscos e ameaças que comporta para todo o território nacional, mas, particularmente, para os distritos de Castelo Branco e Portalegre” e explicou que com esta iniciativa a finalidade era “trazer a nossa mensagem à população, as propostas que temos e a necessidade de juntar vozes e, em uníssono, fazer pressão para que e central seja encerrada”.
Tudo isto, porque defende que Almaraz “é uma central obsoleta, com incidentes recorrentes e é um risco para os ecossistemas, nomeadamente para o Rio Tejo, que atravessa Portugal de um lado ao outro”, sublinhando que a central espanhola “é uma estrutura perigosíssima a escassos 100 quilómetros da fronteira portu- guesa”.
A deputada do PEV realçou que nestas questões “o Governo Português atrasou-se muito na pressão sobre o governo espanhol”, defendendo que, “neste momento, fruto desse atraso e do desrespeito que Espanha manifestou claramente por Portugal, agora, é necessária uma pressão mais ativa e assertiva que envolva os ministros do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros, o Primeiro Ministro e também o Presidente da República”.
Tudo, para que “a voz de Portugal chegue, em uníssono, para o encerramento da central”.
No que se refere à queixa apresentada por Portugal em Bruxelas, relacionada com a construção ao armazém de resíduos nucleares junto à central, Heloísa Apolónia assegura que “é importante e tinha que ser feita”, perante a “violação descarada” de Espanha no que respeita a diretivas europeias, nomeadamente no que se refere ao impacto ambiental, que tem efeitos a nível transfronteiriço.
Heloísa Apolónia não tem dúvidas que “vai demorar tempo para que a queixa seja apreciada, no mínimo três meses. Não podemos é ficar esse tempo à espera, de braços cruzados, que alguém decida por nós”.
Por isso conclui que “é importante pegar em todos e juntar em uníssono a nossa voz, incluindo o lado espanhol”.