António Tavares
Editorial
Há quase dois meses a atualidade era dominada pelos incêndios florestais que tinham transformado o País e a Região num Inferno. Estávamos em agosto, em pleno verão, época do ano em que, infelizmente, os fogos florestais são uma constante do dia a dia.
Agora estamos em meados de outubro, no outono, mas as chamas que destroem as florestas portuguesas e põem em perigo localidades e populações voltaram a ser notícia.
Claro está pelas piores razões, porque no Distrito de Castelo Branco, mais concretamente no Concelho de Oleiros, na Zona do Pinhal, os incêndios fizeram mais uma vítima mortal. Com o mar de chamas a avançar, um manobrador de uma máquina de rasto, funcionário da Câmara de Oleiros, fazia um aceiro, para ajudar os bombeiros a travar as labaredas. Só que os acidentes acontecem quando menos se espera, a máquina escorregou, capotou, e o homem ficou debaixo dela, morrendo no local. Motivos que levam a que o Distrito tenha ficado de luto.
É óbvio e percetível que em meados de outubro já não deviam verificar-se estas temperaturas altas, inclusive, já deviam ter chegado as primeiras chuvas, inviabilizando os incêndios florestais.
Não quer isto significar que a culpa dos fogos é do clima. Mais uma vez não restam dúvidas que a culpa vem de mãos criminosas, como já todas as pessoas concluíram. Mesmo o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, não hesitou em afirmar que, apesar de sem “ter forma de provar”, os incêndios têm “origem criminosa”.
Por isso, porque já ninguém tem dúvidas que nos fogos há crime, há que tomar medidas. Como também é chegado o momento para que se dê início a uma verdadeira cultura de prevenção, já com os olhos postos no próximo ano e no futuro.