JOAQUIM MARTINS
		Apontamentos da Semana...
		Professores em greve – À hora que escrevo está anunciada uma greve geral de professores. É um acontecimento invulgar por vários motivos. Desde logo por ser designada como GERAL. Ver a FENPROF (Federação Nacional de Professores), a FNE (Federação Nacional de Educação) e o Sindicato Independente dos Professores e Educadores do mesmo lado da barricada é uma situação nova e pouco comum. Quererá dizer que o desencanto ou mesmo a frustração dos professores atingiu níveis demasiado elevados?
É pena que se tenha chegado a este nível de rutura. Os professores têm muitas razões de descontentamento. O ano letivo voltou a não começar bem, dados os erros do Concurso, o ministério foi incapaz de resolver os problemas que criou e as carreiras estão congeladas, há quase 10 anos. As expetativas geradas por este Governo eram elevadas. A vinculação extraordinária de alguns milhares de precários não foi suficiente para aliviar a pressão, nem a devolução de rendimentos.
 Os professores esperavam mais. E têm razões fortes. O problema é que pedem a lua! E isso nenhum Governo lhes consegue dar. Não é racional acreditar que seja possível, de uma vez, resolver os problemas criados pelo congelamento.Por mais forte que seja o sinal de união dado pela greve, o resultado será o que é previsível. O Orçamento não pode acolher as implicações salariais que as reivindicações dos professores exigem. O bom senso aconselharia a aceitar negociar soluções escalonadas no tempo.
I Dia Mundial dos Pobres – Na sua mensagem para este dia o Papa Francisco lembra que, no encerramento do ano da Misericórdia “quis oferecer à igreja o DIA MUNDIAL DOS POBRES, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo, pelos últimos e os mais carenciados.”
Neste 1º ano, o dia escolhido foi o dia 19 de Novembro, a ser vivido sob o lema “Não amemos com palavras, mas com obras”. É um desafio concreto à Igreja e aos cristãos para “ fazer emergir o valor cristão da solidariedade”. Na mensagem, o Papa aprofunda o lema e conclui: “Que este novo DIA MUNDIAL se torne, pois, um forte apelo à nossa consciência crente, para ficarmos cada vez mais convictos de que partilhar com os pobres, permite-nos compreender o evangelho, na sua verdade mais profunda. Os pobres não são um problema: são um recurso de que lançar mão para acolher e viver a essência do Evangelho”.