SERES VIVOS DA NOITE...
Criaturas das trevas invadem Centro Ciência Viva da Floresta
O Centro Ciência Viva da Floresta promoveu, dia 4 deste mês, a Noite das Criaturas das Trevas, com o objetivo de apresentar animais noturnos que são popularmente associados ao Dia das Bruxas ou Halloween. Com a presença de investigadores especialistas de diferentes grupos de fauna, como anfíbios, morcegos, rapinas noturnas, borboletas noturnas, aracnídeos, entre outros, os participantes percorreram a floresta do Centro à procura destas criaturas.
Eva Monteiro, da Associação Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, apresentou as borboletas noturnas junto a uma armadilha luminosa que foi instalada para atrair alguns exemplares. “A nossa máxima é que para conservar é preciso gostar das coisas e para gostar das coisas é preciso conhecê-las. Todas as atividades que permitam que o público tenha contacto com os bichos, vê-los, saber como é a sua vida e qual é o seu papel no ecossistema são boas para ganhar esse amor à criatura e depois poder também conservá-la”, referiu a investigadora. Na sua perspetiva, o Dia das Bruxas é apenas mais um pretexto para falar sobre as criaturas que aparecem à noite e, apesar de haver muitas que ainda não foram estudadas, não existem exemplares assustadores. “Há realmente uma certa repulsa inicial das pessoas para com os insetos e as aranhas, mas lá está, depois de conhecerem e até de tocarem, é possível tocar em insetos, a maior parte deles são inofensivos, depois disso perde-se essa barreira inicial”, afirmou Eva Monteiro.
Participaram na Noite das Criaturas das Trevas os investigadores Maria João Silva (morcegos), Albano Soares, Eva Monteiro e Eduardo Sequeira (invertebrados) e Rui Mendes (astronomia) que ajudaram a desmistificar os mitos, superstições e crenças associadas ao Dia das Bruxas que têm contribuído para estados desfavoráveis de conservação em que muitas destas espécies se encontram.