22 de março de 2017

João Belém
O LIVRO DA NATUREZA

“O livro da natureza está escrito na linguagem da matemática” disse Galileu e acrescentou “Deve medir-se tudo o que pode ser medido e tornar mensurável o que não pode ser medido”.
Queria com estas apreciações transmitir que não bastava a mera descrição dos fenómenos naturais, era pois preciso expressá-los mediante fórmulas matemáticas que permitissem posteriormente realizar os cálculos necessários. Por exemplo não era suficiente saber que um objeto que cai de certa altura se move verticalmente para baixo e a grande velocidade, mas também era preciso calcular a velocidade da queda e por isso ser necessário fazer as medições precisas.
Costumamos pensar que a qualidade é melhor que a quantidade, mas isso só é correto se utilizarmos o termo “qualidade” no seu sentido mais informal e apreciativo, como quando dizemos, por exemplo, que é melhor ter poucos bons amigos do que muitos maus.
Mas, na realidade o quantitativo pressupõe um avanço em relação ao qualitativo. Dizer que alguém é alto (qualidade) é transmitir uma informação pouco precisa e, aliás, relativa pois não é o mesmo ser alto no Peru e na Noruega; mas se dizemos que alguém mede 1,85 m (quantidade), estamos a transmitir uma informação muito precisa que nos permite igualmente comprar para essa pessoa tanto um fato como um sofá à medida.
Foi com esta visão matemática do mundo e com a consolidação do pensamento quantitativo que teve inicio a ciência moderna e por isso continuamos a medir tudo o que pode ser medido com uma exatidão cada vez maior e a tentar tornar mensurável que ainda o não é, não cessando o nosso espanto pelo facto de o livro da natureza estar escrito na clara e precisa linguagem da matemática.
Complementando o que foi dito anteriormente aproveito para salientar as palavras de Eugene Paul Winger, prémio Nobel da Física: “A enorme utilidade da matemática nas ciências naturais é algo de misterioso, para o qual não existe explicação. Não é em absoluto natural que existam leis da natureza e muito menos que o ser humano seja capaz de as descobrir. O facto de a linguagem da matemática ser perfeita para a formulação das leis da física é uma oferenda maravilhosa que não conseguimos compreender na totalidade”
Assim continuamos a avançar com grandes passadas, fazendo /descobrindo o caminho ao caminhar; caminho este que percorre a natureza em todas as direções para penetrar nas suas profundezas mais remotas e nos levar sempre mais longe.


22/03/2017
 

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