DIA 12 DE JULHO
As Mil e uma Noites no Castelo de Castelo Branco
A Outrem - Associação de Defesa do Ambiente e Património, com o apoio da Câmara e da Junta de Freguesia de Castelo Branco e a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Jerusalém, organiza, dia 12 de julho, no Castelo de Castelo Branco, a atividade As Mil e uma Noites, que além do convívio pretende transportar os participantes aos sons, cheiros, paladares e costumes árabes, dando destaque à presença da sua cultura na região.
O programa começa às 16 horas, com a abertura da taverna. A partir das 16h30 realiza-se o showcookink Doce de origem árabe, com chef Cristiano Louro, de participação livre. Às 19h30 começa a ceia árabe com animação alusiva à época. A ceia implica inscrição obrigatória, até ao próximo sábado, 5 de julho em https://forms.gle/fMfv5FV4xGJvzwAs9, e terá na ementa sopa de lentilhas com alho-porro, tajine de frango com damasco e amêndoas e cuscuz com passas; Basbousa (doce de sêmola); água aromatizada e infusão de hibisco/rosas.
A partir das 22h30 realiza-se o espetáculo A lenda da Moura Salúquia, de entrada livre.
Recorde-se que na lenda Era uma vez princesa e governadora da cidade (então chamada Al-Manijah), de nome Salúquia, filha de Abu-Hassan, se apaixonou pelo alcaide de Aroche, Bráfama.
Na véspera do matrimónio, Bráfama dirigiu-se então com uma comitiva para Moura, a 10 léguas de distância.
Mas todo o território além do Tejo, a Norte e Oeste, tinha já sido conquistado pelos cristãos, e a jornada revelava-se perigosa.
Entretanto, D. Afonso Henriques encarregara dois fidalgos, os irmãos Álvaro Rodrigues e Pedro Rodrigues, de conquistar a cidade de Moura.
Estando ao corrente dos preparativos matrimoniais que aí se desenrolavam, emboscaram-se num olival perto dos limites da povoação. Surpreendidos pela ação dos cavaleiros cristãos, a comitiva de Aroche foi facilmente vencida, e Bráfama foi morto.
Então, disfarçando-se com as vestes dos representantes muçulmanos, os fidalgos cristãos dirigiram-se para a cidade.
Do alto da torre do castelo, onde aguardava a chegada do seu noivo, e vendo aproximar-se um grupo de cavaleiros aparentemente islâmicos, Salúquia julgou que se tratava da comitiva de Aroche, ao que ordenou que lhes franqueassem as portas da fortificação.
Mas mal transpuseram a muralha, os cristãos lançaram-se sobre os defensores da cidade, tomados de surpresa, e conquistaram o castelo.
Salúquia apercebeu-se então do erro que tinha cometido e, ferida pela certeza da morte de Bráfama, tomou as chaves da cidade e precipitou-se da torre onde se encontrava.
Comovidos pela história de amor que os sobreviventes islâmicos lhes contaram, os irmãos Rodrigues teriam renomeado a cidade para Terra da Moura Salúquia. O tempo encarregar-se-ia de transformar esta designação para Terra da Moura, até que evoluiu para a atual forma de Moura.
A uma torre de taipa do Castelo de Moura ainda hoje se chama a Torre de Salúquia, e a um olival nas proximidades de Moura, aquele onde supostamente teriam sido emboscados Bráfama e a sua comitiva, o povo chama Bráfama de Aroche.
Nas armas da cidade figura, deitada no chão, uma moura morta, com uma torre em segundo plano, numa alusão à Lenda da Moura.