João Belém
O EMPREGO NO FUTURO.....
Apostar nos jovens, não esquecer os mais seniores
Fórum para a Competitividade
Em certos momentos da nossa vida, todos nos confrontamos, com a seguinte questão: O que vamos ser quando crescermos?
A resposta dada, quase sempre, diz respeito a uma identificação com uma profissão, um trabalho, um emprego.
O trabalho ocupa um lugar central no nosso dia a dia.
É centro de muitas preocupações e investimentos individuais e coletivos; é um mecanismo de integração social e por isso na nossa vida o trabalho ganha relevância como primeiro processo de inserção formal.
Esse importante momento de transformação precisa ser visto como algo muito além da formação de mão-de-obra produtiva. É sobretudo um processo de educação, de aprendizagem para a convivência social.
A ética do trabalho e a experiência do primeiro emprego deverão dar-nos os fundamentos de autoafirmação pessoal e social e ao mesmo tempo contribuir para despertar o conceito de responsabilidade, disciplina, compromisso, respeito à individualidade dos outros e às regras de comportamento de grupo. Daí a pre-ponderância da aprendizagem sobre a produção nesse momento de formação da nossa identidade. Assim nesse processo, propiciar qualificação profissional deve ocorrer simultaneamente com o processo educacional. Na escola do trabalho, educação e profissionalização devem caminhar juntas.
Mas eis que a globalização, a economia digital e a quarta revolução industrial estão a alterar o paradigma na economia e na sociedade,
Apesar de longe do máximo recorde (que chegou a 17,7% no primeiro trimestre de 2013), a taxa de desemprego nacional mantém-se como uma das mais altas da União Europeia e sem medidas de fundo dificilmente recuperará para melhores níveis, dado o défice de formação da mão de obra portuguesa, que continua a acentuar o desajustamento entre a oferta de qualificações existente e aquelas que as empresas procuram.( Fórum para a Competitividade)
Segundo análises elaboradas no Forum da Competitividade, deve haver uma grande aposta em novas medidas de ensino e requalificação. Na era do digital, uma dessas medidas passa pelo “reforço, desde o primeiro grau de ensino, da formação competente em matemática, a introdução da formação em inglês, em literacia digital e em competências sociais básicas”.
De salientar que um estudo do Fórum Económico Mundial calcula que 65% das crianças que estão agora a entrar no ensino primário terão empregos que hoje ainda não existem. Assim, como forma de combater o desemprego tecnológico, as competências dos trabalhadores terão de se orientar predominantemente para a matemática, a computação e a engenharia, “essenciais às funções da produção industrial futura”.
Aconselha assim o Fórum para a Competitividade, que deve ser cada vez mais implementado o “reforço da autonomia de gestão das escolas”, o “desenvolvimento de programas de capacitação das escolas e dos professores para a economia digital” e a “intensificação dos programas de potenciação do sucesso educativo e da redução do insucesso escolar”.
Para terminar deixo-vos com mais uma sugestão do Fórum para a Competitividade que sublinha que “requalificar os jovens é sem dúvida importante, mas não menos importante é requalificar os desempregados com mais de 35 anos”, visto representarem 2/3 dos desempregados. E, porque tem de começar a vigorar a mentalidade de que a formação é contínua ao longo da vida de trabalho, também é sugerida a adoção do “contrato privado de formação”, celebrado entre o empregador e o empregado e que, tal como um outro ativo, deverá ser amortizado, no prazo de cinco anos: assim, a empresa garante que o seu investimento não será captado para outra e o trabalhador compromete-se com a sua própria valorização.
Convém refletir sobre este assunto……..