NA CASA DO ARCO DO BISPO
Autarcas democratas homenageados em escultura
A Junta de Freguesia de Castelo Branco inaugurou ontem, terça-feira, na Casa do Arco do Bispo, uma escultura em que são homenageados os autarcas que passaram pela autarquia ao longo dos 11 mandatos cumpridos em democracia, depois do 25 de Abril de 1974.
A peça artística, com dois metros de altura e cerca de 1.500 quilos, tem uma base em granito, de 85 centímetros por 50 centímetros, da qual saem 11 tubos em inox, tantos quantos os executivos existentes no período democrático, sendo que cada um dos tubos tem gravado os nomes dos autarcas.
A escultura que ganhou forma pela mão do designer Paulo Veiga, contou com a participação das empresas Duarte & Fazenda, Vicort e Printas.
A inauguração surgiu no âmbito de uma atividade comemorativa dinamizada pela Junta de Castelo Branco, com o objetivo de assinalar os 40 anos das primeiras eleições Autárquicas realizadas em democracia.
O programa, que ainda estava a decorrer à hora do fecho da edição da Gazeta, incluiu uma intervenção subor- dinada ao tema A importância das freguesias na organização administrativa portuguesa – Evolução desde a primeira metade do Século XX até aos nosso dias, pelo diretor do NEDAL/AEDRL – Universidade do Minho, Cândido de Oliveira, seguindo-se-lhe o presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Pedro Cegonho, que abordou o tema Freguesias: Afirmação ao longo de 40 anos.
Na sessão de encerramento, que antecedeu um jantar e que contou com a participação do presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, e do secretário de Estado da Administração Local, Carlos Miguel, o presidente da junta de Freguesia de Castelo Branco, Jorge Neves, agradeceu as intervenções de Cândido de Oliveira e de Jorge Cegonho, ao afirmar que “a conferência que acabamos assistir é de uma qualidade extraordinária”, sublinhando que “reuniu dois homens que no nosso País mais conhecimento possuem acerca da realidade das freguesias”.
Jorge Neves, no que se refere à homenagem propriamente dita, destacou que “esta atividade que aqui protagonizamos pretende reavivar a memória que devemos ter com uma responsabilidade claramente assumida. Pretendemos existir. Existimos. Mas queremos ser merecedores desta existência. A organização desta atividade pretende assinalar, de forma condigna, os 40 anos do poder local autárquico”, concluindo que “o nosso objetivo passa por valorizarmos e relembramos todas as mulheres e todos os homens que serviram, como eleitos, nesta que será sempre a nossa autarquia. Lembrar, destacar a obra e enaltecer todas e todos aqueles que pelo seu trabalho, o seu saber, determinação e sentido de sacrifício construíram e consolidaram, como eleitos, a nossa freguesia”.
O autarca destacou, mais à frente, que “assinalar os 40 anos do poder local democrático engloba um grande desafio à capacidade coletiva de, simultaneamente, recordarmos um passado de muito trabalho feito, com muitas dificuldades e sem grandes meios, de celebrarmos com orgulho o presente e sermos capazes de imaginar e inspirar os caminhos de futuro”.
Jorge Neves questionou ainda o que é ser autarca, para responder que “pode haver várias respostas, mas escolhi, para caracterizar um autarca a frase do Papa Francisco que um dia afirmou que «Quando Deus concede a uma pessoa um dom, um carisma, não o concede para que ela o use em seu proveito, mas para o pôr ao serviço de toda a Comunidade»”.