JOAQUIM MARTINS
Maio, maduro maio
Maio, maduro maio – “maio maduro maio, quem te pintou?” Os primeiros versos desta canção do Zeca Afonso vieram-me à memória, quando comecei a pensar em escrever sobre o 1º de maio que vamos celebrar na próxima segunda-feira.
Fui rever o álbum Cantigas de maio (1971) e a letra da canção. Era num tempo em que o 1º de maio não “era o dia de cantar” como desejava o Zeca, mas isso não o impediu de proclamar “Que a voz não te esmoreça, vamos lutar!”.
O apelo volta a fazer sentido, neste 1º de maio de 2017. Há muitas lutas por vencer e é bom que as vozes que vão sair à rua de Lisboa a Viana do Castelo sejam claras e mobilizadoras. É preciso “Valorizar o Trabalho e os Trabalhadores” e exigir “Crescimento, Emprego e Justiça Social”.
E é preciso cantar. E fazer surgir novos “Filhos da Madrugada” que continuem a evocar o Zeca e, como ele, continuem “a animar a malta” para “O que faz falta”, nomeadamente para a valorização do trabalho e da cidadania.
Alguns vão estar no próximo domingo e segunda, em Malpica do Tejo, no 4º Festival do Zeca Afonso. A minha sugestão é que respondamos SIM ao convite do Zeca e da Junta de Freguesia de Malpica: -“TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÈM!”- e peregrinemos até ao Jardim do Olival, onde a partir das 14 horas de domingo, o Festival acontece.
MISERICORDIAR! – O neologismo é do Papa Francisco que voltou a lembrá-lo, no passado domingo, no Dia da Festa da Divina Misericórdia, instituído por São João Paulo II. Não é um verbo fácil de conjugar, mas é urgente aprender a fazê-lo.
A urgência de praticar a misericórdia – a “pedra angular” da vida de fé, como Francisco a designou – é justificada assim: “A misericórdia aquece o coração e torna-o sensível às necessidades dos irmãos com a partilha e a atenção. A misericórdia leva todos, a ser instrumentos de justiça, de reconciliação e de paz”.
Aprender a conjugar o verbo é o desafio do futuro. É a sua prática que “abre o coração” ao outro.