SÁBADO, NA BARRAGEM DE SANTA ÁGUEDA/MARATECA
Plataforma de Defesa da Albufeira arboriza faixa de proteção total
O grupo cívico Plataforma de Defesa da Albufeira de Santa Águeda, através de voluntários, dinamiza, sábado, a partir das 9h30, na Albufeira da Barragem de Santa Águeda/Marateca, uma ação piloto de arborização numa fração da faixa de proteção total, com a finalidade que “sirva de exemplo para um eventual prolongamento futuro, no intuito de que as diversas funções que justificaram o estabelecimento desta faixa possam ser efetivamente obtidas”.
O Plataforma realça que “a Albufeira da Barragem de Santa Águeda/Marateca tem uma enorme importância para a Região, não só pelo fornecimento de água a vários concelhos, como também por toda a sua envolvência ambiental” e acrescenta que “boa parte das margens mais imediatas da Albufeira de Santa Águeda, designadamente na faixa com regime de proteção total, encontram-se total ou parcialmente desarborizadas. Esta condição limita enormemente a obtenção dos múltiplos serviços que, teoricamente, tal faixa deveria prestar e que justificaram o seu estabelecimento. Entre estes, inclui-se o facto de contribuir para a estabilização apropriada das margens, de servir como zona tampão face a eventuais processos erosivos e de lixiviação, de funcionar como corredor ecológico para a fauna, e contribuir, sobremaneira, como sistema natural de depuração contínua das águas, a custo zero, importantíssima face ao propósito mais importante desta albufeira, que é o fornecimento de água com qualidade apropriada para abastecimento urbano”.
Com base nisto, a Plataforma afirma que pretende “contribuir para corrigir esta situação, mediante uma iniciativa de arborização piloto, com recurso a voluntariado, que sirva de exemplo perante o restante perímetro desarborizado da Albufeira”.
Adianta que “recorrer-se-á unicamente a propágulos de vegetação autóctone, recolhidos localmente, das espécies que aí existem mais apropriadas para o efeito, designadamente, dos salgueiros branco (Salix salvifolia) e preto (Salix atrocinerea). Os propágulos consistirão de estacas, que permitirão, por multiplicação clonal, um aceleramento do estabelecimento do coberto a instalar. Além disso, facilitarão a colonização gradual com outras espécies autóctones, por via da dispersão mais facilitada de sementes locais por aves. Posteriormente, daqui por uns dois anos, por exemplo, poderão, acessoriamente, ser instaladas por plantação outras espécies lenhosas autóctones locais, no sentido de se enriquecer o elenco florístico do conjunto. Mas, nesta fase inicial, a ação de instalação dos salgueiros, como pioneiras de rápido crescimento, torna-se fundamental”.
De acordo com a Plataforma “a área escolhida para esta ação piloto consiste numa fração de terreno que é propriedade do Estado, designadamente do Município de Castelo Branco, e, ao mesmo tempo, com facilidade de acesso. Trata-se de uma extensão de área, de cerca de 225 metros de extensão, que vai desde o paredão da Albufeira até uma mancha de eucaliptos. Esta extensão de área mais perto da linha de água encontra-se, ao presente, praticamente desprovida de qualquer tipo de coberto de vegetação”.
Por outro lado é avançado que “esta iniciativa vem no seguimento da realização de uma conferência técnica no auditório da Junta de Freguesia de Castelo Branco, no dia 29 de maio de 2017, onde foram expostas várias preocupações no que respeita à Albufeira de Santa Águeda, entre as quais a acumulação de lixo ao longo das margens e o estado de degradação do ecossistema ripícola envolvente, com diversas consequências negativas para o estado da água que daí decorrem. Em consequência disso, no dia 4 de novembro efetuou-se uma limpeza generalizada de lixo, por toda a extensão de margens da Albufeira”, concluindo que a ação de arborização de sábado ”mereceu a autorização, e especial acolhimento e incentivo por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Câmara de Castelo Branco”.