Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
A violência na Terra Santa – A época festiva da Páscoa torna mais chocante a situação que se tornou o dia a dia da Terra Santa: Violência. Correrias. Tiros. Bombas. Confrontos. Vigilância. Controle. Medo. Morte. O período pascal não rima com Faixa de Gaza, não rima com Israel e muito menos, com paz.
Como é possível que uma festa tão importante para Judeus e Cristãos e que o Islamismo também respeita não suscite gestos de paz e tolerância, nomeadamente na Terra Santa? Os acontecimentos na Faixa de Gaza, onde já se contabilizam 18 mortos e mais de 1.400 feridos deveriam envergonhar, não só Israel que disparou sobre gente indefesa, mas a própria Comunidade Internacional. Que nunca foi capaz de fazer cumprir os acordos que apadrinhou. Que nunca foi capaz de resolver a situação que deixou criar. Que reconheceu a justeza de um estado para os judeus, mas se esqueceu dos “palestinianos” que um dia tiveram de deixar a terra de Israel.
É triste que nem a própria ONU seja capaz de impor uma investigação independente aos acontecimentos da Faixa de Gaza. Onde não há inocentes, mas há vítimas que merecem respeito e atenção. E haverá responsáveis pelo clima de ódio!
O Papa Francisco, na bênção Urbi et Orbi, lembrou a Terra Santa “ferida por conflitos abertos que não poupam os indefesos”, apelando à reconciliação. É que, como o Papa explica “a Páscoa de Cristo fez explodir no Mundo a novidade do diálogo e da relação”, o que impõe a todos a “responsabilidade” de se preocupar com “o bem comum”. E daí o pedido a que “a fraternidade e a comunhão” próprias da Páscoa se tornem “estilo de vida e alma das relações”, pois “só a fraternidade pode garantir uma paz duradoura, pode esconjurar a pobreza, pode apagar as tensões e as guerras, pode extirpar a corrupção e a criminalidade”.
O tempo Pascal deveria ser sempre um tempo de esperança! Um tempo novo, a apelar à fé, à abertura ao transcendente. É que, como escreveu Albert Einstein, a Páscoa não é só uma data: “Algumas coisas são explicadas pela ciência, outras pela fé. A páscoa ou pessach é mais do que uma data, é mais do que ciência, é mais que fé, Páscoa é amor”.