EXPOSIÇÃO COM ESCULTURAS, CERÂMICAS E DESENHOS DE FRANCISCO SIMÕES HOMENAGEIA JOÃO ROIZ DE CASTELO BRANCO
Amor Única Chama tem como tema o amor e a celebração da mulher
Amor Única Chama é a exposição de esculturas, cerâmicas e desenhos de Francisco Simões em homenagem à Cantiga Partindo-se, de João Roiz de Castelo Branco, que é inaugurada na próxima terça-feira, dia 10 de abril, 19 horas, no antigo edifício dos CTT, no Largo da Sé, em Castelo Branco.
A cerimónia de inauguração da mostra, que é uma iniciativa da Câmara de Castelo Branco, é presidida pelo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.
Comissariada por Maria João Fernandes, que é crítica de arte da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), a exposição traz a Castelo Branco a arte de Francisco Simões, que é considerado um dos nomes maiores da escultura contemporânea em Portugal.
A mostra acompanha, e de algum modo dá expressão plástica, à obra Cem Poemas (de Morrer) de Amor e Uma Cantiga Partindo-se, antologia de homenagem a João Roiz de Castelo Branco, na poesia de língua portuguesa, do Século XIII ao Século XXI, de Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes, que é apresentada no mesmo dia e no mesmo local (ler notícia).
Amor Única Chama tem como tema o amor e a celebração da mulher e dá continuidade ao diálogo com a poesia característico da obra de Francisco Simões que se notabilizou pelo seu trabalho no Parque dos Poetas (2001-2013) e que ilustrou grandes nomes da literatura portuguesa como David Mourão Ferreira e Urbano Tavares Rodrigues.
Em correspondência com a poesia apresentada no livro de homenagem a João Roiz de Castelo Branco e reunindo algumas dezenas de obras, entre esculturas, cerâmicas e desenhos, a mostra dá forma ao arquétipo do feminino intemporal, emblemático da criação do autor, síntese de uma beleza humana, cósmica e divina.
Maria João Fernandes realça que “partindo da sensualidade, tão real como sonhada, das linhas do corpo, Francisco Simões recriou nas várias expressões da sua obra, o próprio arquétipo do feminino, conferindo-lhe a marca única do seu estilo e da sua invenção. Nas suas esculturas, desenhos e cerâmicas que hoje nos deslumbram com o luxo das suas formas, a depuração das suas linhas e o fulgor das suas cores, a iconografia da mulher é enriquecida com a frescura de uma sedução primaveril a que se junta uma perfeição quase divina numa osmose de sentido plástico e poético que a reinventa. Figura simultânea do esplendor das substâncias e do mágico halo que as habita. Verdadeira alma da natureza que funde o prazer dos sentidos e a irradiação do espírito, ela é a imagem viva e clara, esplêndida, do arquétipo fascinante que emerge do conjunto desta obra de um mestre da arte contemporânea. Ela representa verdadeiramente o pólo essencial de um diálogo amoroso que inclui o universo, o elo com uma realidade total, sensorial e mística, cósmica e divina, na luz e no perfume da cintilação do amor, que lhe deve o imortal brilho da sua eterna e única chama”.
AT