18 de abril de 2018

Maria de Lurdes Gouveia Barata
O DINAMISMO CULTURAL EM CASTELO BRANCO

Foi, para mim, especialmente agradável e digno de satisfação deparar com uma chamada de primeira página na Gazeta do Interior de 4 de Abril: Castelo Branco – A cidade da cultura, remetendo para quatro páginas no interior. Frequentemente o afirmei já e a nossa cidade tem sido reconhecida desse modo, a nível nacional, como urbe de interesses e práticas nesse sentido. A oferta cultural é forte, como diz o editorial do semanário e é incontestável essa afirmação. Aliás, há alturas em que os munícipes enfrentam escolhas dilemáticas, pelo gosto de ir aqui, mas também desejo ir ali, e falamos de qualidade de espectáculos ou sessões de vária ordem que dividem o intelecto e o coração.
Efectivamente, e indicando título do jornal referido, «CD e Concerto homenageiam obra de Bach», destacam-se ainda apresentações de livros (enquadrados na já conhecida política editorial da Câmara Municipal) como o de Manuel Costa Alves – De Muitos Ventos e Utopia – e o de Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes – Cem Poemas (de Morrer) de Amor e uma Cantiga Partindo-se – em notável e preciosa antologia; a inauguração da Exposição de Francisco Simões (do qual havia desenhos integrantes da antologia atrás referida), denominada Amor, Única Chama, sendo realmente estes dois últimos eventos uma chama de construção de Beleza e formação de quem usufruiu; esteve presente o Ministro da Cultura, que sempre elogia Castelo Branco pela sua activa vida cultural; uma outra exposição (e continuo a falar dum período de 8 a 10 dias) teve lugar na Sala da Nora do Cine-Teatro Avenida – SODADE – Um retrato de São Tomé e Príncipe-; Trovas&Canções, com Actores, Poetas e Cantores, com o maravilhamento de música e palavra poética – espectáculo inédito de Paula Carvalho e Paulo Mira Coelho, «reunindo três gerações de actores e outros profissionais ao redor da figura de Ruy de Carvalho».
Não posso deixar de falar do Festival Literário FRONTEIRA, na sua sexta edição, que decorreu entre 11 e 14 de Abril, comissariado por José Pires, dinamizador entusiástico habitual. Também habitual é o apoio da autarquia. Acentuo uma característica singular e relevante deste festival: o envolvimento dos mais novos, dos jovens, futuros cidadãos, cujo contacto directo com escritores e ilustradores marcará decerto lembrança para a vida. Nove escolas do concelho, envolvendo 1375 alunos, tem o peso duma população jovem que desperta para actividades culturais e investe no futuro. Esta originalidade torna-se só por si garantia de um valer a pena este Festival Literário. O dia 14, último dia do Festival, teve um workshop de ilustração e mesas de debate sob a égide de José Saramago nos vinte anos da sua distinção como Prémio Nobel.
A oferta cultural tornou-se presença assídua em qualidade, a que se associa a quantidade que, no caso em questão, são harmoniosamente ligadas pela abrangência diversificada que se concretiza. Para isso os órgãos autárquicos dedicam esforços, conseguem viciar os munícipes na procura deste tipo de ofertas. Agora sempre nos encontramos nestas coisas, habituei-me a vir e gosto… dizia alguém.
Assim se criam valores, identidades, assim se lançam raízes e assim se transformam os seres humanos para serem mais sábios, mais livres, mais compreensivos e por isso mais solidários e interventivos na vida da polis. A cultura aproxima e marca encontro.

18/04/2018
 

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