27 de junho de 2018

NO PRÓXIMO DOMINGO
Denudata de Gonçalo Salvado é apresentado

O livro de poesia Denudata, de Gonçalo Salvado, ilustrado com desenhos inéditos do escultor Francisco Simões e fotografias de Manuel Magalhães, contando com um prefácio do poeta brasileiro Carlos Nejar e um texto de abertura de Maria João Fernandes, é apresentado no próximo domingo, a partir das 18 horas, no antigo edifício dos Correios, no Largo da Sé, em Castelo Branco.
A obra marca o encerramento da exposição Amor Única Chama, de esculturas, cerâmicas e desenhos de Francisco Simões, e é apresentada por Pedro Mexia e Maria João Fernandes, que comissariou a mostra.
No prefácio do livro, Carlos Nejar realça que “a poesia de Gonçalo Salvado, que se singulariza em grandeza na nova poesia portuguesa, com vários livros, agora mais ainda em Denudata, não se volta apenas ao amor como tema, ou busca, ou obsessão, é desnudez da linguagem, sede se despindo em corpo e corpo que se perfaz em alma. Pois se o corpo é luz, o firmamento sabe ser a perfeição do encontro. Num estado de êxtase, sendo esse mesmo corpo, uva, vinho no lagar dos sentidos.
Há um fulgor terrestre nos poemas, com a travessia da luz, atrás de um caráter de epiderme, pele, plangente tocar da matéria, como se o hálito, entre sopro e ardor, arrastassem ao paraíso. O palpável no impalpável, o tangível no intangível. Transformando, camoneamente, “o amador na coisa amada”. Não só pelo ato de muito imaginar, mas bem maior, de ser”.
Já no texto de abertura Maria João Fernandes explica que “a mulher na poesia de Gonçalo Salvado representa a maior luz, a maior energia possíveis, mistério capaz de inspirar, como o Sagrado, terror e maravilha. É plenitude do Ser devolvido à sua mágica essência que cintila numa luz total e transfigurante que em si abarca a noite.
Mágica essência do feminino, igual à primavera, a um oceano de estrelas a flores que amanhecem com o sol, igual a Vida, na esplendorosa chuva de metáforas dos poemas. E no entanto esta maior plenitude, este excesso de Vida, síntese alquímica de todos os opostos, não é contínua, ela manifesta-se no instante supremo do amor, onde vida e morte, sensualidade e sacralidade são um só fenómeno da consciência e do corpo. Epifania do corpo, porque para o poeta tudo passa pela paixão dos sentidos, por uma carnal embriaguez, idêntica à que o vinho provoca”.
Por seu lado, Pedro Mexia, que apresenta a obra, já escreveu acerca da poesia do autor que “Gonçalo Salvado insere-se na tradição mais rica da poesia portuguesa que é também a mais exigente: a tradição do lirismo amoroso (…) numa fecunda linha de erotismo casto que tem o seu expoente máximo no Cântico dos Cânticos. (…) Este percurso ao mesmo tempo genuinamente vivencial e rigorosamente poético, vive do fulgor que se atinge pela brevidade, pela dispersão e que traduz, sem sentimentalismo meramente retórico, um total empenhamento amoroso”.

27/06/2018
 

Em Agenda

 
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
02/08 a 26/10
Barro e AlmaMuseu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco
10/09 a 30/09
Cores em movimentoBiblioteca Municipal de Proença-a-Nova

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video