Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
CRIME VERGONHOSO! – Escrevo no Dia Mundial contra o Tráfego de Seres Humanos. Foi em 2013 que a ONU decidiu assinalá-lo a 30 de julho, apelando aos países para que tomassem medidas de prevenção e combate.
O Papa na sua intervenção do passado domingo lembrou que “É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater com firmeza este crime vergonhoso” que continua a crescer, apesar do esforço de alguns governos e organizações não governamentais. Este crime, constata o Papa “reduz à escravatura muitos homens, mulheres e crianças, com o objetivo de exploração laboral e sexual, do comércio de órgãos, da mendicidade e de delinquências forçadas”.
Em 2016 a OIT calculava que 40 milhões de pessoas no Mundo terão sido forçadas à escravidão. E hoje? Os dados mais recentes – Relatório do Tráfico de Seres Humanos/Trafficking in Persons Report (junho de 2017) - apontam para um agravamento do problema, mesmo em Portugal, que o relatório considera como um país de destino das vítimas das várias formas de exploração.
António Guterres, na mensagem para o Dia, faz a denuncia “O tráfico de pessoas é um crime vil que se alimenta de desigualdades, instabilidades e conflitos” e aponta as vítimas, apelando a uma mudança de atitude: “Os traficantes de seres humanos lucram com as esperanças e o desespero das pessoas. Atacam os vulneráveis e privam-nos dos seus direitos fundamentais. As crianças e os jovens, os migrantes e os refugiados são particularmente sensíveis. As mulheres e as meninas são, mais uma vez, as mais visadas. Vemos uma exploração sexual brutal, incluindo a prostituição involuntária, o casamento forçado e a escravidão sexual. Vemos o terrível comércio de órgãos humanos. O tráfico de seres humanos assume muitas formas e não conhece fronteiras. Os traficantes de seres humanos muitas vezes operam com impunidade, com seus crimes que não recebem atenção adequada. Isso deve mudar”.
São coincidentes as preocupações do Papa Francisco e do secretário geral das Nações Unidas. E António Guterres, estou certo, também subscreve o pedido de oração do Papa “para que no Mundo prevaleçam os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade, e não os do ódio, do armamento e da guerra”.