Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
Dia Mundial do Professor – O 5 de Outubro deste ano vai ter um calor cívico especial. Os professores vão celebrar a Implantação da República em Lisboa. Não na Praça do Município, frente à varanda de onde José Relvas proclamou a República, mas na praça ao lado. Na do Comércio. Sim. Afinal não se trata de celebrar a República, mas de reivindicar o tempo de serviço em que as carreiras estiveram bloqueadas. E isso é caso para a Praça do Comércio, pois é disso que, afinal, se trata. De comércio. Negócios. Trocas. Dinheiro. O 5 de Outubro e a República são apenas coincidências! Dão a boleia útil!
A imagem do professor vai sair distorcida. Disforme. Irreconhecível para a maioria dos alunos e pais.
Não está em causa o Dia Mundial do Professor que a UNESCO instituiu em 1994 com o objetivo de “chamar a atenção para o papel fundamental dos professores” na vida dos povos e comunidades. Com o objetivo de realçar “a dignidade e importância do professor na sociedade” e homenagear os seus profissionais.
Quase 25 anos depois, algo vai mal. Algo falhou!
O papel do professor perdeu relevância social. Perdeu importância. Perdeu reconhecimento. O Papa Francisco tem razão quando diz que se rompeu “o pacto educativo entre escola, família e estado” (receção às Associações dos Professores Católicos em 5/1/2018) e que é preciso restaurá-lo. “Hoje… os professores sentem a presença dos pais como uma intromissão, deixando-os à margem ou considerando-os adversários” (receção às Associações de Pais Italianas em 7/9/2018) referiu o Papa, apelando a um “diálogo construtivo”. Um diálogo construtivo é o que também parece faltar, há alguns anos, entre o Estado/Ministério da Educação e os sindicatos de professores.
É pena que neste Dia Mundial do Professor o tema do dia não seja o papel e a importância dos professores na sociedade atual, mas sim um 942, fruto de uma birra pouco racional. Que não se resolve com greves e manifestações que dividem os professores, mas sim com diálogo construtivo, a pensar nos professores (sindicalizados ou não; efetivos ou contratados), no País e nos desafios do futuro.
É tempo de derrubar muros e construir pontes!