24 de outubro de 2018

João Belém
LONGEVIDADE

O que nos ajuda mais a conservar e manter a nossa força é o fato de sermos amados; e o que se lhe opõe mais é o fato de termos medo. O medo é mau guarda da nossa longevidade; a benevolência, pelo contrário, é fiel e dura até à eternidade.
Cícero

Num tempo em que as condições de reforma são tema de referência na comunicação social nacional nunca é demais relembrar que com a reforma - cuja idade pode variar - cessa a vida profissional, mas não acabam as competências desenvolvidas ao longo da vida.
Os avanços civilizacionais e tecnológicos empurram-nos rapidamente para uma longevidade até há poucos anos impensável.
A vida é cada vez mais longa, mas também mais preciosa. Na era de inovação diária, da tecnologia de ponta, não é a longevidade que nos deve assustar, mas sim o modo como iremos desfruta-la.
Saúde, estabilidade financeira e inteligência emocional deverão ser alguns eixos que nos devem orientar na procura de uma desejável qualidade de vida.
Deverá existir oportunidade de servir a comunidade, de fazer voluntariado, de fazer toda uma variedade de atividades. Os idosos têm muito para dar, mas - precisam que lhes mostremos todo o nosso interesse e necessidade em receber.
Diz-se que já não produzem, mas quem contabiliza o que eles representam na família e na sociedade? A vida humana só se conta em euros? Fundamental é a sabedoria, mas quem sabe o seu preço?
Os idosos são, em todas as culturas, considerados a sua memória viva. Fazem falta aos gestores de hoje. Os bons conselheiros não são, apenas, as pessoas de grande competência técnica. Sem sabedoria deita-se a perder o que ilusoriamente se ganhou.
Por isso a longevidade é uma das grandes obsessões do ser humano. Viver mais tempo e envelhecer com saúde são dois desafios constantemente enfrentados pela medicina e pela ciência, que já conseguiram grandes avanços, com ganhos para a expectativa de vida.
Reparemos então nos mais recentes avanços civilizacionais: melhoria dos cuidados de saúde, diminuição da mortalidade infantil, vacinas e antibióticos que transformaram o nosso mundo, fazendo com que cada vez mais pessoas vivam até mais tarde. Segundo dados da Pordata uma criança que tenha nascido em 2016 em Portugal viverá até aos 80.8 anos (são mais 17 anos que as nascidas em 1960).
Aproveito para em termos de reflexão apresentar algumas conclusões do do Estudo “Qualidade de Vida no Processo de Reforma e Envelhecimento Activo”. por uma das suas coordenadoras– Prof.ª Tânia Gaspar – que nos adianta dois resultados muito relevantes deste estudo:
“ 1- O papel de relevo que o sentido da vida/objetivos de vida tem para a qualidade de vida, satisfação com o trabalho, satisfação com suporte social e espiritualidade. A procura de felicidade, significado e vontade de viver, assim como a abertura à mudança e a novas experiências são ingredientes fundamentais para que as pessoas façam uma gestão desta etapa das suas vidas com otimismo, iniciativa e envolvimento ativo e consequentemente tenham um processo de reforma e um envelhecimento positivo;
2- Os reformados com atividade profissional são os participantes que revelam melhores indicadores de satisfação. Mais do que os participantes que estão empregados ou reformados sem atividade profissional. Este aspeto revela que é fundamental, após a reforma, que as pessoas mantenham uma atividade que lhes permita manterem um papel ativo na sociedade e que continuem a contribuir com o seu conhecimento, experiência e iniciativa para a mesma.
Esse papel não terá de ser a continuidade da mesma atividade profissional, nem com a mesma intensidade e frequência. Por outro lado são os participantes com 60 anos ou menos que têm mais dificuldade em gerir o stress/burnout e pressão no trabalho, as medidas de promoção de qualidade de vida e de prevenção dos fatores psicossociais de risco no trabalho, devem incidir na promoção de competências de gestão do stress e burnout, assim como proporcionar condições psicossociais de trabalho mais favoráveis, nomeadamente melhoria da relação com as chefias, maior autonomia, melhor articulação satisfação/qualidade trabalho/família.”

Para finalizar deixo-vos com este belo texto:

“Idoso é quem tem o privilégio
De viver uma vida longa…
Velho é quem perdeu a jovialidade.
Você é idoso quando sonha…
Você é velho quando apenas dorme.
Você é idoso quando ainda aprende…
Você é velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando tem planos…
Você é velho quando só tem saudades.
Para o idoso a vida renova-se a cada dia que começa…
Para o velho a vida acaba a cada noite que termina.
Que você, quando idoso, viva uma vida longa,
Mas que nunca fique velho.”
Autor Desconhecido

24/10/2018
 

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