06 de fevereiro de 2019

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

O FACEBOOK FEZ ESTA SEMANA 15 ANOS, e o que se sabe e é bem visível é que, como é frequente na adolescência, está a sofrer as dores do crescimento. Aquilo que começou como um projeto implementado na Universidade de Harvard por um jovem génio da tecnologia, Mark Zuckerberg, rapidamente se espalhou por outras universidades americanas. E um passo mais bastou para que o projeto ultrapassa -se o universo universitário e se espalhasse pelo mundo tornando-se a rede social mais popular, agregando um total de utilizadores mensais de mais de 2 mil milhões de pessoas de todas as idades e extratos sociais. Zuckerberg reconhece hoje que não estava preparado para esta globalização e provavelmente vem daí alguns dos problemas que hoje enfrenta. O Facebook (FB) chegou a Portugal em setembro de 2008. Eu fui um dos primeiros utilizadores, na altura algumas centenas, porque trabalhava num departamento do Ministério da Educação que tinha por objetivo implementar as denominadas Novas Tecnologias da Informação nas escolas. Fiz a avaliação da ferramenta e não lhe augurei grande futuro. Porque o segredo do sucesso é o incrível número de utilizadores, sempre em crescendo, que aderiram à plataforma e, se nos reportarmos apenas a Portugal, há um ano havia 6 milhões de portugueses ligados nas redes sociais, dos quais 94,5 por cento estavam no FB, em grande maioria, 92 por cento, através de smartphone. O FB dá-nos a sensação de que estamos ligados ao mundo, não estamos sozinhos e, para além de outros relacionamentos, até nos permite reencontrar amigos de faculdade ou da tropa, de quem lhes tínhamos há muito perdido o rasto. Mas nem tudo são rosas, o mundo não é perfeito, e o ano que passou foi annus horribilis para a aplicação em que o caso mais dramático foi o da descoberta de que o FB  foi permeável a  procedimentos altamente questionáveis como os da Cambridge Analytica que teve acesso a 87 milhões de perfis, 65 mil portugueses, com que a empresa de análise estatística, ao serviço de correntes políticas de direita e populistas pôde influenciar o resultado das eleições americanas e do referendo britânico que levaria ao Brexit. De tal forma que os responsáveis do FB se sentiram agora obrigados a garantir ao Parlamento Europeu que está a tomar medidas para proteger a integridade das  eleições, com o fecho de 1,5 mil milhões (!) de contas falsas e o combate às fake news. Depois de casa arrombada, trancas na porta… E no Dia da Internet Segura, que se comemora no dia 4 de fevereiro, quando escrevo estas linhas, não posso deixar de alertar as escolas para a necessidade efetiva de reforçar a educação para os média, para o mundo digital onde nem tudo o que parece é, lembrando sempre que a segurança começa em nós mesmos. De que vale circular numa estrada muito segura se na condução não respeitarmos as regras mínimas de segurança? Temos que defender, pela educação, os jovens (que curiosamente estão a abandonar progressivamente o FB) dos riscos que se correm nas redes sociais, terreno fértil para mentes tortuosas e criminosas.

06/02/2019
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
12/07
Livro XI das Confissões de Santo AgostinhoCine-Teatro Avenida, Castelo Branco
12/07
Rancho Etnográfico de Idanha-a-Nova Centro Cultural Raiano, Idanha-a-Nova
12/07
Rebuscar o TempoBiblioteca Municipal José Baptista Martins, Vila Velha de Ródão
12/07
Serviço PúblicoCentro Cívico de Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video