A PARTIR DO MOMENTO QUE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS NA INGLATERRA foi o que foi, com a vitória clara de Nigel Farage no seu recém criado partido Brexit, a somar à decisão da senhora May se demitir com a forte possibilidade de se lhe suceder Boris Johnson, estão reunidas todas as condições para a tempestade perfeita que se há de abater sobre um Reino que se tornará certamente bastante menos Unido. Quer um quer outro são homens sem escrúpulos e sem ética. Boris Johnson ainda há pouco tempo afirmava que para ele não haveria qualquer problema em sair sem acordo, não se preocupando com as previsíveis graves consequências para os cidadãos britânicos e todos os europeus, incluindo muitos milhares de portugueses, aí residentes? E mesmo colegas do seu partido afirmam que a saída sem acordo será um verdadeiro suicídio para um país onde ainda muita gente, em especial os mais velhos, sonha com impérios e com Inglaterra a assumir-se, sozinha, como uma potencia militar e económica. E aquilo que começou como um disparate não sonhado pelo moderado mas inábil David Cameron ao convocar um referendo que foi perdido nas redes sociais entre baterias de notícias falsas, vai terminar num clamoroso desastre anunciado. E para compor o ramalhete de tolas figuras que, pelos piores motivos, vão ficar para a história de Inglaterra , vem Donald Trump em visita oficial a atear ainda mais o fogo. Com a sua habitual fina diplomacia, começa por aconselhar o governo inglês a bater com a porta da Europa e sair sem pagar, sugerindo que depois terão os Estados Unidos para os ajudar a resolver os problemas, continua fazendo campanha declarada a favor daquele duo que referimos atrás para dirigir o Reino e assim a intervir nos assuntos internos de outro Estado. E se não fosse pouco, ainda teve tempo, sempre pelo Twitter evidentemente, para insultar o mayor de Londres. Tudo aquilo a que ele já nos habituou. Para ele esta é uma boa oportunidade de enfraquecer a Europa que ele detesta, que ele gostaria de fazer implodir, até por interposta pessoa como é também o seu guru da extrema direita, Steve Bannon, que perdeu agora a aposta mas que não vai desistir de importar para a Europa o modelo político de Trump.

ESTAMOS A MEIO DOS SABORES DE TRADIÇÃO que animou, de que maneira, o passado fim de semana albicastrense e que continua para o próximo. Num breve balanço devo dizer que foi bom o presidente da Câmara, Luís Correia, ter ouvido as críticas da edição anterior. De facto, para uma considerável mobilização de meios, sabia a pouco um único fim de semana para desfrutar da música, das coisas boas e saborosas que por aqui se produzem ainda de forma artesanal. Gostámos do espaço de restauração, amplo e confortável onde desta vez os restaurantes aderentes apresentaram verdadeiros pratos variados, bem elaborados e com alguma preocupação em promover a gastronomia regional. Recordo que na edição anterior foi-me difícil encontrar algo que não fosse a trivial entremeada grelhada. Se a exigência de qualidade partiu também da Câmara, então os parabéns têm de ser repartidos.

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