António Tavares
Editorial
É dezembro. É mês de Natal. Pelo menos no calendário, porque há quem diga que Natal é quando o Homem quiser. Mas também há quem queira que em dezembro seja Natal e não o consiga, pelos mais variados motivos.
Para muitos, e não são poucos, infelizmente, dia 25 de dezembro é dia Dia de Natal, mas de Natal certamente terá muito pouco, porque os constrangimentos da vida não deixam que assim seja. Numa época do ano em que para muitos a normalidade consiste numa corrida desenfreada às compras, numa desmedida euforia consumista, comprando-se o que é realmente necessário e o que é perfeitamente supérfluo, para outros o que está em causa é a subsistência no dia a dia.
Num mundo cada vez mais desequilibrado, onde o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior, o Natal, pelo menos no que respeita a prendas, é algo completamente distinto, dependendo do lado em que se está.
Para os ricos, que estão cada vez mais ricos, as dificuldades, pelo menos a nível económico, são algo inimaginável. Já para os pobres, que cada vez são mais, a realidade é bem diferente e as preocupações também.
Independentemente desta ser uma sociedade justa, resta, no entanto, algo mais precioso que o dinheiro. Resta a dignidade e os valores humanos, que muitas vezes não andam de mão dada com a riqueza, mas que fazem das pessoas que possuem essas virtudes certamente mais felizes dentro da tristeza.
Um bom Natal e Boas Festas.