Edição nº 1625 - 12 de fevereiro de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

COMO JÁ ERA DE ESPERAR, mesmo que no meio de alguma confusão e situações caricatas, o Orçamento de Estado para 2020 foi aprovado com o IVA da eletricidade a ser o centro da discussão mas a manter-se na taxa mais elevada, contra ventos e marés da maioria da oposição, com as contradições, avanços e recuos, a não permitirem a mudança desejada por muitos. O Orçamento foi aprovado, portanto. Mas o cenário em que decorreu a discussão deixa antever problemas para o governo nos próximos orçamentos. Neste primeiro, era impensável criar condições para uma crise que levasse a novas eleições que ninguém compreenderia, que ninguém deseja. Já nos próximos anos, a situação poderá ser diferente, dependendo então das circunstâncias. Com um novo ministro das Finanças, com Mário Centeno muito provavelmente à frente do Banco de Portugal, a vida do governo de António Costa não vai ser fácil, com a certeza de que o IVA da eletricidade vai ter um segundo capítulo, quem sabe se com outra recetividade do lado da bancada governamental.

FOI NA PASSADA SEMANA que um acontecimento histórico, para o bem ou para o mal mais tarde se verá, marcou a vida de mais de 60 anos da Comunidade Europeia. Pela primeira vez, após consecutivos alargamentos, houve um país que optou por abandonar o projeto europeu, pretendendo reganhar a sua autonomia plena. A saída foi uma decisão que desde o início dividiu os ingleses e até nas celebrações isso foi evidente, entre foguetórios de uns e lágrimas de outros. Começou agora uma nova vida para o Reino Unido mas, ao contrário do que proclama Boris Johnson , só agora vão começar as dificuldades. Durante este ano, terá de se chegar a acordo sobre os pormenores da separação e, já se sabe, não vai ser nada fácil quer para a Europa que se vê amputada de um dos seus principais membros quer para um país onde se promete um futuro prodigiosamente próspero, diríamos que com algum grau de probabilidade, inalcançável.

QUEM DUVIDA DA QUALIDADE dos produtos da nossa região? O pão, o queijo, o azeite, a doçaria onde não sei se inclua a bica de azeite que inexplicavelmente não se encontra em mais sítio algum fora da Beira Baixa, para mim continua a ser um mistério como as padarias de Lisboa e Porto, para só falar das grandes cidades, ainda não a descobriram. E temos o nosso mel, que por via das técnicas apuradas, juntamente com existência de estruturas de apoio, uma flora e flores silvestres únicas para a obtenção de um produto que, mais uma vez, viu a sua qualidade ser reconhecida lá fora, desta vez distinguido com duas medalhas de prata em Itália. Filipa Almeida, a arquiteta paisagista convertida em boa hora a apicultora profissional merece os nossos parabéns. Ela é a prova provada de que o investimento e a aposta pessoal no Interior tem verdadeiras potencialidades de sucesso.

12/02/2020
 

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