Alfredo da Silva Correia
POVOS EM DECADÊNCIA - É PRECISO ADAPTAÇÃO
Na nossa comunidade desempenhei algumas funções como as de Administrador da RBI, da Rodoviária do Tejo, de presidente do Nercab, da ACICB e da Antrop, sendo esta associação empresarial de âmbito nacional, para além de ter apoiado inúmeros empresários a criarem as respectivas empresas, o que me permite dispor de uma boa formação, quer de micro economia, quer de macro, dispondo assim de conhecimentos e de sensibilidade para avaliar o rumo prosseguido no que pretender analisar.
Aliás, como é do conhecimento público, já tive oportunidade de publicar a minha autobiografia à qual dei o título de Uma Vida por Dois Continentes e Uma Visão do Estado da Nação, para além de que, ao longo dos meus desempenhos e mesmo em inúmeros artigos de opinião, tive relacionamento com inúmeros órgãos de comunicação social.
Neste âmbito, já com a idade de 80 anos, depois de ter deixado algumas das responsabilidades que tinha, fiquei sempre atento ao rumo que as nossas comunidades prosseguem, o que me permite hoje poder fazer uma avaliação das envolventes socioeconómicas e, sobretudo, fazer previsões para o futuro, pelo que me disponho a escrever uma série de artigos que publicarei, como fiz no passado.
De facto, sempre usei de uma forma muito intensa as minhas responsabilidades cívicas, pois sempre compreendi que para que eu esteja bem, também a comunidade em que me insiro e mesmo o mundo, têm de o estar, sendo nesta convicção que publicarei os artigos referidos.
Neste primeiro artigo, depois de justificar a minha reaparição, começo por fazer a leitura do que sinto com carácter geral: o homem vive hoje um processo de autodestruição, bem evidente nas alterações climáticas verificadas assim como a própria democracia, o regime político prosseguido pela grande maioria dos países, também se está a autodestruir, afirmação que faço, por sentir que os sistemas políticos em vigor, no âmbito deste regime, não permitem uma boa governação, o que muito lamento, pois não há melhor regime político do que o democrático.
Para confirmar esta afirmação não posso deixar de referir o que se passa hoje na Venezuela, país em que vigora um regime ditatorial e o qual, em relativamente pouco tempo, levou o seu povo a perder 2/3 do seu PIB (Produto Interno Bruto), conduzindo-o para a miséria, como observo que outro país governado também em ditadura, como é o caso da China, em cerca de 30 anos, fez crescer o nível de vida do seu povo de um estado de miséria, para um nível em que não estará longe de vir a ser a primeira potência mundial, observações que não podem deixar de nos levar a interrogar onde está a verdade.
Feitas estas observações de carácter muito geral, não posso deixar de observar que o nosso povo, temendo, como muitos outros, o grande problema das alterações climáticas e das incertezas quanto ao difícil equilíbrio entre países, o que nos leva até a temer se não correremos o risco de uma catástrofe atómica, vive dois grandes problemas, que são o da peste branca e o do grande endividamento. São aqueles e estes problemas, aprofundando as suas causas e consequências, que tratarei em próximos artigos.