Edição nº 1637 - 6 de maio de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

COMO É DO CONHECIMENTO GERAL, A COMUNICAÇÃO SOCIAL em geral, em particular a Imprensa e rádio local e regional, têm desde há algum tempo enfrentado graves problemas económicos derivados dos custos de produção elevados e redução de receitas. A generalidade da Imprensa está desde há vários anos a confrontar-se com uma diminuição constante do número de leitores que agora têm acesso fácil e quase sempre gratuito a conteúdos informativos na Internet. A principal fonte de receita não é a venda em banca, é a publicidade. E na Imprensa local, que está muitas vezes a servir uma região com um tecido económico conservador, com empresas que não veem na publicidade uma mais valia para o seu negócio, tem um peso importante a publicidade institucional, das autarquias e organismos da administração local. Os dias da Imprensa regional e local foram mais difíceis a partir do momento que se decidiu acabar com o porte pago, uma forma de apoiar a Imprensa regional, que tem uma importante fatia dos seus leitores em assinatura, com os custos do envio do jornal a serem suportados pelo Estado. A situação agravou ainda com a lei que obrigou a Imprensa local e regional às mesmas regras a que obedecem as outras empresas a que o poder local contrata serviços, uma machadada fatal na sobrevivência da Comunicação Social local, porque impede as autarquias de utilizar os meios de Comunicação da sua localidade ou região para fazer divulgar na totalidade as atividades de animação popular e de cultura por si promovidas. E estamos na atual crise, provocada pela pandemia, que pode levar ao fecho de mais de metade dos jornais segundo a perspetiva de João Palmeiro, presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, com o Governo a lançar um plano de emergência, tendo o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, explicado que a ajuda passa pela compra antecipada de publicidade institucional. Falta saber como será feita a distribuição da ajuda, que não vem resolver a crise, será apenas um paliativo. Só desejamos que os critérios de distribuição sejam claros e transparentes... Se como os governantes presentes no momento da divulgação da iniciativa desejam e consideram indispensável para a democracia um “jornalismo livre, isento, independente e plural”
Nem de propósito, depois de as redes sociais bem orquestradas por centrais de fake news terem divulgado durante dias a informação de que Tasaku Honjo, médico japonês e Prémio Nobel, terá garantido que a sua experiência de 40 anos de pesquisa lhe garantia a origem não natural do vírus, que seria completamente artificial, ele veio lamentar que o seu nome e a sua universidade tenham sido envolvidos numa completa mentira, numa campanha de desinformação. Por isso mais uma vez se confirma a importância da Imprensa na sociedade democrática. Confiem nos jornais sérios onde os jornalistas têm rosto.

06/05/2020
 

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