Edição nº 1642 - 10 de junho de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

EM CONSELHO DE MINISTROS DA PASSADA QUINTA-FEIRA foi aprovado o Programa de Estabilização Económica e Social. É um programa de curso prazo, para vigorar até final do ano, para enquadrar o próximo Orçamento Suplementar. É um rol de excelentes intenções que a serem mesmo concretizadas vai trazer grandes benefícios para a sociedade portuguesa no seu todo e, repetindo, se forem concretizadas, será uma boa resposta ao tremendo buraco económico e social provocado pela crise sanitária, e de cujo tamanho muitos ainda não percecionaram. São 60 medidas que passam, entre outras, pelo reforço de profissionais do SNS, a aposta na escola digital, o apoio às famílias, com abono de família extra, aos trabalhadores e empresas com o reforço do lay-off e prorrogação automática até final do ano do subsídio de desemprego. São medidas que para alguns são irrealistas, opinião de Manuela Ferreira Leite, que lembra os anos que muitas delas, como a criação do Banco de Fomento, andam em agenda sem nunca serem concretizadas, para o PCP e BE as medidas ainda são insuficientes, mas passando da espuma do debate político, é importante para o governo ter tido a concordância dos trabalhadores e do patronato na maior parte das propostas do documento que implicará gastos públicos na ordem dos 2, 5 mil milhões de euros e que parte já do pressuposto de que de Bruxelas virá um bom aconchego financeiro, talvez quinze mil milhões em fundo perdido.

TAMBÉM PASSADA SEMANA foi tema quase diário de análise de comentadores e discussão politica parlamentar, a escolha de António Costa e Silva, gestor da Partex, para assessorar o Primeiro Ministro e pensar o Programa de Recuperação Económica e Social para dez anos. Sendo considerado por muitos a escolha certa, pela sua experiência e competência, outros veem nele uma excrescência deste governo, que estranham tão extenso e sem ministro que tome conta deste papel. É uma posição crítica que neste caso não se justifica, vinda de alguns que acusavam o primeiro ministro de viver enredado na sua teia de conhecimentos pessoais e da sua área ideológica. O que não acontece nesta escolha, um gestor e professor universitário que não é conhecido por ser próximo do governo. Poderá ser uma boa oportunidade para que nas grandes linhas da governação a sociedade civil tenha uma palavra a dizer, aquilo que tantos críticos andavam a pedir há muito.

10/06/2020
 

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