Alfredo da Silva Correia
O ATAQUE A INOCENTES - HAJA BOM SENSO
Num dos meus artigos anteriores referi-me à má qualidade, em termos médios, da gestão das estruturas estatais governadas por políticos pouco capazes, fazendo a afirmação que sentia que os mais aptos e experientes se estão a desinteressar de assumir responsabilidades cívicas.
Tal afirmação não pode deixar de resultar de observações progressivas, da forma injusta como muitos responsáveis políticos são alvo de notícias, dadas pelos órgãos de comunicação social, redes sociais e aproveitadas de uma forma desonesta pelas oposições, sem terem a mínima preocupação de saber se o que leram e foi dito e redito é ou não verdade.
De facto até nem é difícil deparar no nosso país com situações em que há responsáveis políticos alvo de falsidades ou inverdades e até punidos pela justiça, que depois se voltam a candidatar ao mesmo lugar e que o povo vota nele dando-lhe a maioria. Tal não pode deixar de significar que ou o povo é incapaz, o que não acredito, ou o que se escreve e disse de tal politico não é de forma alguma um erro ou crime que tenha merecido tanto alarido criado pelos concorrentes, órgãos de comunicação social e redes sociais, para não falar no péssimo desempenho de quem tem obrigação de aplicar uma justiça justa.
Eu, pessoalmente, compreendo perfeitamente que a facilidade com que socialmente se destrói pessoas, esteja a conduzir a que o poder caía nas mãos de incapazes, porque os bons profissionais se estão progressivamente a afastar de se candidatarem. Sinto inclusivamente que é um fenómeno com forte agravamento recente, mas não tenho dúvidas que se vai agravar e os povos vão cada vez mais ser confrontados com a dificuldade em terem candidatos de reconhecido valor para neles votarem, pois vão deparar é com a candidatura de incapazes, facto que ocorre por esse mundo fora.
Será exactamente, por esta razão que se está a verificar o crescimento dos populismos com as consequências inerentes nos respectivos sistemas democráticos, que sinto estão em processo de autodestruição. Por alguma razão a própria Comissão Europeia veio considerar que a desinformação é a doença do século, frisando que os esforços das plataformas digitais nunca serão suficientes para combater a propagação de notícias falsas. Acresce que até já tem em curso a produção de nova legislação com a qual procura combater tal processo, mas reconhece dificuldades.
Esta maligna desinformação também, na minha opinião, está a contribuir fortemente no nosso país para que ele perca competitividade, o que muito lamento, neste mundo de economia cada vez mais global e em que ser-se competitivo é fundamental, para o nível de vida dos povos respectivos.
Tenho a leitura que o nosso povo seria capaz de ir longe se fosse bem conduzido e não o está a ser por os mais capazes se estarem a afastar de responsabilidades políticas, pois tais desempenhos, sujeita-os a ataques sucessivos de invejosos, geralmente incapazes, ávidos de cargos para os quais não têm nenhuma aptidão e sobretudo têm muita dificuldade em fazer a vida cá fora nos mercados.
Sobre este aspecto até desafio a que se faça uma amostragem dos nossos políticos determinando a percentagem dos que são funcionários públicos, vivendo à sombra do Estado, ou licenciados em direito a prestar serviços ao Estado, dos restantes, em cujo grupo se encontra o grande número de verdadeiros gestores. Se fizessem esta divisão não tenho dúvidas que concluiriam que o primeiro grupo tem muito mais peso na política do que o segundo. Eu arriscaria a percentagem de pelo menos 80% para aquele.
Efectivamente, recentemente sente-se não ser difícil, serem vividos casos de “fake news” destruidores de personalidades dignas e das respectivas famílias, o que está a conduzir, na minha opinião, o nosso povo para uma situação desastrosa, como aliás já é bastante sintomático no enorme endividamento em que se encontra, que um dia terá consequências nefastas no nosso nível de vida, só tal não acontecendo se a Europa nos acudir.
Acontece, porém, que hoje a própria União Europeia ou se reforça ou até pode implodir e se tal acontecer não tenho dúvidas que o nosso povo vai cair numa situação de sofrimento, ainda superior àquela em que caiu, quando chegou o Salazar, por as pessoas estarem menos preparadas para enfrentarem dificuldades.
Enfim, são reflexões que espero, não se confirmem, mas que temo muito venham a acontecer com a enormidade de “fake news” que hoje circulam por esse mundo fora.
Vamos ver…