COMISSÃO ADMINISTRATIVA VAI GERIR O CLUBE ATÉ FINAL DO ANO
António Sequeira deixa a presidência da Escuderia
António Sequeira, após quase 10 anos na liderança da Direção da Escuderia Castelo Branco (ECB), decidiu não se recandidatar. Na Assembleia-Geral da coletividade realizada dia 29 de junho, no ponto respeitante à eleição dos corpos sociais para o biénio 2020-2021 não foi apresentada nenhuma lista, pelo que António Sequeira explica que “fui mandatado, pela Assembleia-Geral, para nomear uma Comissão Administrativa que vai gerir a Escuderia até ao final deste ano. Depois, o presidente da Assembleia-Geral, Nuno Almeida Santos, fará uma nova convocatória, ou poderá prorrogar o tempo de funcionamento da Comissão Administrativa”.
António Sequeira adianta, sobre esta matéria, que “a Comissão será apresentada lá para o final deste mês” e avança que para a integrar vai escolher “um grupo de pessoas que sejam o melhor para gerir a Escuderia”.
Recorde-se que a eleição dos novos corpos sociais do clube era para se ter realizado no passado mês de março, mas a Assembleia-Geral acabou por ser adiada devido à pandemia de COVID-19.
Confrontado com a decisão de não se recandidatar, António Sequeira realça que “gostava que aparecesse alguém para dirigir a Escuderia, alguém para continuar o trabalho desenvolvido”, revelando que a sua posição surgiu, porque “estou um bocadinho cansado, porque isto (presidência da direção) é muito absorvente”.
Para além disso assegura que “não há nenhuma razão especial” e defende que “as pessoas devem sair pelo seu próprio pé. Tudo na vida tem um tempo” e acrescenta que “penso que dentro da Escuderia há sempre solução”.
António Sequeira está convicto que as equipas que liderou fizeram “um trabalho muito positivo”, salvaguardando que “essa é a minha opinião, mas a avaliação é de cada associado”, para reforçar que, agora, é o momento de “dar lugar a outras pessoas, a outra equipa” e assegura que “a Escuderia está bem. Tem um conjunto de provas muito bom, tem o calendário mais diversificado do País, e tem um bom grupo de voluntários”.
Quanto ao facto de estar agendada para breve a inauguração do kartódromo, afirma que “demonstramos à Câmara de Castelo Branco que valia a pena apostar neste desporto” que, avança “era um sonho de 30 anos. Alguém acreditou em nós e o kartódromo aí está”. Isto, embora defenda que “é preciso concluir esta infraestrutura”, uma vez que avança, “aquilo que está construído é o início”.
E no que se refere a concretizações importantes no decorrer dos seus mandatos António Sequeira não deixa de referir que “30 anos depois trouxemos o rali a contar para o Nacional de volta a Castelo Branco, lançamos o livro Escuderia 55 anos – Apontamentos, realizamos obras na sede social e, entre outros, asseguramos um acompanhamento enorme aos nossos voluntários e aos nossos sócios”.
Voltando ao kartódromo, colocado perante o facto que a sua dinamização não terá lugar sob a sua presidência da Direção, António Sequeira afirma que “custa-me não estar nessa parte, mas outros vão ter energia para dar um passo em frente na Escuderia”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de ponderar a sua saída, realça que “não digo nunca mais, mas, nesta altura, se for possível quero dedicar-me à minha vida pessoal” e sublinha que a Escuderia “precisa de rever a sua dinâmica de gestão”.
Reforça que “temos um quadro de pessoal muito forte. Temos um orçamento considerável e temos um portfólio de provas bom e exigente”, não deixando de sublinhar que “ocupamos um papel importante na Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) e na Federação de Motociclismo de Portugal (FMP)”.
Perante tudo isto não hesita em afirmar que “deixamos a Escuderia muito confortável no panorama do desporto nacional”, bem como que “deixamos uma marca que é bem aceite nos mais variados setores da sociedade e as pessoas já aceitam a Escuderia não é só um clube que organiza provas, mas uma marca que divulga a Região, uma marca que traz um retorno para a Região de vários milhões de euros”.
Confrontado com se fica algo por realizar, António Sequeira é perentório ao frisar que “fica sempre algo por realizar, porque, para mim, a Escuderia é sempre a crescer”, Assim, “fica termos um castelo Branco um Parque de Desportos Motorizados que pode ser melhorado. Fica termos mais sócios, que significam mais influência em todos os setores”.
Claro está que ao falar sobre a Escuderia, não se podia deixar de abordar o facto do clube ter deixado de organizar a prova a contar para o Mundial de Enduro. Uma prova acerca da qual António Sequeira explica que “não é uma prova que se costuma repetir nos mesmos clubes organizadores, mas a Escuderia conseguiu fazê-lo e muito bem”. Só que “a ideia de repetir o esquema dos anos anteriores não foi possível, pois sabemos que para o Barrocal há outros planos já no terreno e o Campo de Obstáculos do Montalvão já está a ser alvo de obras”. Adianta que “havia alternativas para os dois locais, mas com o nosso calendário desportivo o enduro era a prova mais difícil de implementar no terreno”.
De qualquer modo avança que “nos próximos anos podemos sonhar trazer a prova de volta. Pode não ser para Castelo Branco, mas noutra região, com organização da Escuderia Castelo Branco”, acabando por confessar que “o enduro foi uma prova emblemática, importantíssima para a Escuderia”.
António Sequeira, no entanto, afirma que o enduro continua presente, porque “ainda este ano vamos ter no Parque de Desportos Motorizados uma prova de enduro sprint, com duas especiais. E também temos a Escola de Enduro, que tem um número significativo de adeptos”.
E sobre o Parque de Desportos Motorizados acrescenta que “também temos uma linha de obstáculos para o jeep todo-o-terreno”, para referir que esta infraestrutura “está dotada para o autocross, para o ralicross, para o kartcross, para o enduro sprint, para o todo-o-terreno obstáculos e, agora, brevemente, com o kartódromo”.
Por tudo isto avança que a Escuderia “tem tudo para ser o centro do desporto motorizado entre o Norte e o Sul do País, entre Lisboa e Madrid”, chamando a atenção para a importância da “ambição de evolução, caso contrário paramos no tempo”.
Já no campo das provas, António Sequeira recorda que, ainda este ano, vamos ter a Baja do Pinhal e Baja de Idanha-a-Nova, ao qua há a juntar o Rali de Tábua e o Rali de Pombal, bem como a Perícia do Fundão. Ou seja, contando com a Rali de Castelo Branco, nesta segunda metade do ano, devido à pandemia de COVID-19, temos tudo aquilo que era para se fazer num ano. Temos tudo condensado”.
António Sequeira destaca ainda que “a mais-valia da Escuderia, nesta altura, são as pessoas, os voluntários que temos, que estão em cada prova e que permitem a sua realização, abdicando do seu tempo e da sua família”.
António Tavares