PELA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES
Denudata de Gonçalo Salvado distinguido com o Prémio Álvares de Azevedo
O livro de poesia Denudata, da autoria do poeta Português Gonçalo Salvado, acaba de ser premiado com o Prémio Álvares de Azevedo atribuído pela União Brasileira de Escritores, com sede no Rio de Janeiro, Brasil. O Prémio foi comunicado ao poeta pela diretoria da União Brasileira de Escritores, sendo que este prémio literário é considerado um dos mais importantes do género no Brasil e foi já atribuído a poetas de grande relevo na poesia de língua portuguesa, como o brasileiro Ferreira Gullar.
Para Gonçalo Salvado “este prémio constitui uma importante prova de reconhecimento do meu labor poético, que muito me honra e é quase um símbolo para mim, na medida em que é batizado com o nome de um poeta, autor de alguns dos mais emblemáticos poemas amorosos da poesia brasileira, ligado ao Romantismo, movimento com o qual, interiormente, sempre me identifiquei”.
O livro Denudata é ilustrado com desenhos inéditos do escultor Francisco Simões e fotografias de Manuel Magalhães. A obra conta com um prefácio do poeta brasileiro Carlos Nejar, recentemente nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, e com um texto de abertura da crítica de arte e poeta Maria João Fernandes.
No prefácio de Carlos Nejar pode ler-se que “A poesia de Gonçalo Salvado, que se singulariza em grandeza na nova poesia portuguesa, com vários livros, agora mais ainda em Denudata, não se volta apenas ao amor como tema, ou busca, ou obsessão, é desnudez da linguagem, sede se despindo em corpo e corpo que se perfaz em alma”.
No texto de abertura Maria João Fernandes destacamos escreve que “A mulher na poesia de Gonçalo Salvado representa a maior luz, a maior energia possíveis, mistério capaz de inspirar, como o Sagrado, terror e maravilha. É plenitude do Ser devolvido à sua mágica essência que cintila numa luz total e transfigurante que em si abarca a noite”.
Já o crítico espanhol Tomás Paredes Romero realça que “Denudata es una joya de claridad, versos breves con sabor a Ungaretti y esa sensualidad, hija del hombre y proxima a la de Eugenio de Andrade. Destilada, refinada, elegante, la poesía de Gonçalo Salvado se engrandece en la brevedad. (…) Soberbio ejercicio de brillantez con los mínimos elementos”.
Recorde-se que Denudata recebeu o apoio da Câmara de Castelo Branco e foi apresentado em 2018, nesta cidade, pelo escritor e ensaísta Pedro Mexia e posteriormente no Porto, pelo filósofo Sousa Dias.
De lembrar, igualmente, que não é a primeira vez que a União Brasileira de Escritores atribui um prémio a Gonçalo Salvado. Em 2013, foi-lhe concedido pela mesma instituição, o Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen pelo conjunto da sua obra.
Por outro lado há a referir que a exposição atualmente patente na Biblioteca Nacional de Portugal, a partir da coleção privada dedicada ao Cântico dos Cânticos, do poeta Gonçalo Salvado, que a comissariou, reflete a paixão do autor por este tema fundador da sua obra e do lirismo português.
Gonçalo Salvado nasceu em 1967, em Lisboa onde reside, tendo passado toda a sua infância e a sua juventude em Castelo Branco. Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, tem vindo a assumir-se como um poeta exclusivo do amor, do erótico e do feminino. Publicou 15 livros de poesia e várias antologias de temática amorosa. Acerca da sua poesia, pronunciou-se, entre outros, António Ramos Rosa, ao defini-lo como “poeta lírico e erótico de um lirismo muito claro e muito perfeito, de uma claridade e unidade estilística extraordinárias.”
Gonçalo Salvado está a preparar um novo livro de poesia, intitulado Quando A Luz do Teu Corpo Me Cega, ilustrado com desenhos inéditos de Álvaro Siza Vieira. Obra que contará com uma versão em Braille.