João Belém
PROFISSÕES ONTEM, HOJE E AMANHÃ
Não é a profissão que honra o homem. É o homem que honra a profissão
“Louis Pasteur”.
Há 50 anos, o objetivo de qualquer profissional era conquistar um emprego fixo e estável. Naquela época, entrava-se jovem numa empresa e de lá só se saía aposentado.
Na década de 1990, mudaram as regras do jogo. O objetivo profissional passou a ser criar currículo, mudar de cargo, ganhar mais dinheiro. Neste ponto, experiência vale muito e trocar de empresas durante a vida profissional é uma opção viável e eficaz.
Após este período, mudanças econômicas e, principalmente, avanços tecnológicos reconfiguraram o mercado de trabalho e obrigaram empresas e profissionais a reinventarem-se. É o começo da chamada era da freelancer economy, que vivemos nos dias de hoje, em que profissionais assumem o controle da própria carreira e se reinventam constantemente não apenas para atender a uma exigência de mercado, mas também em busca da realização pessoal.
Neste sentido nas últimas duas décadas, vivemos um período de transformações tecnológicas extremamente impactante.
No campo do mercado de trabalho, a tecnologia melhorou estruturas e agilizou processos, mas também colocou em dúvida a necessidade de muitas profissões num futuro próximo. “As profissões não são imutáveis. Elas são um artefacto que construímos para atender a um determinado conjunto de necessidades numa sociedade industrial baseada em impressão”, segundo os pesquisadores Richard Susskind e Daniel Susskind autores do livro O Futuro das Profissões: Como a tecnologia vai transformar o trabalho de especialistas humanos, lançado em 2015.
Eles acreditam que, conforme avançarmos como sociedade tecnológica, muitos trabalhos serão extintos por não atenderem às necessidades do novo modelo do mercado.
Entretanto um conjunto de especialistas em recrutamento (Michael Page e Hays, Egor e Manpower, entre outros) veem que há uma tendência que tem vindo a ganhar importância no mercado: a crescente procura de profissões mais tradicionais como carpinteiros, costureiras, modistas, pintores, estivadores ou afinadores de máquinas, entre outas.
O problema é que estas carreiras não atraem os jovens, estão progressivamente envelhecidas e, em alguns casos, os salários oferecidos continuam a não ser aliciantes para permitir um rejuvenescimento da profissão, muito embora os líderes das empresas antecipem que a escassez de talento nestas áreas forçará a breve prazo, uma evolução favorável das remunerações.
Mas todos os dias, o mercado de trabalho passa por processos de transformação. Assim como a sociedade de modo geral, o meio corporativo e as tarefas do dia a dia são impulsionadas pelo alto e rápido desenvolvimento da tecnologia e da ciência.
Assim a “Michael Page” apresenta 8 características do mercado de trabalho do futuro, algumas que já acontecem e outras que ainda estão por vir:
- Mais concorrência profissional
- Adeus ao trabalho de uma vida inteira
- Maior exigência de conhecimentos
- Escritório onde quisermos
- Mudanças de horários
- Desenvolvimento tecnológico
- Globalização económica
- Novas profissões
Aguardemos, pois, o que nos trará o futuro do trabalho …