NO PARQUE NATURAL DO TEJO INTERNACIONAL
População de abutre-preto confirma tendência de crescimento
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) avança, em comunicado, que “se confirma a tendência de crescimento da população de Abutre-preto (Aegypius monachus) no Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI)”, acrescentando que “nesta época reprodutora confirmou-se a tendência de crescimento da população com a confirmação de 24 casais, dos quais 23 reprodutores”, sendo que “registaram-se 17 crias vivas, e seis crias mortas, uma das quais por derrocada”.
Recorde-se que o Abutre-preto (Aegypius monachus) é uma espécie residente no Parque Natural do Tejo Internacional e detém um estatuto de classificação de Criticamente em Perigo (CR), fundamentada por uma população extremamente reduzida a nível nacional. A espécie foi considerada extinta como nidificante em 1973, tendo-se confirmado o seu regresso ao Parque Natural do Tejo Internacional, como nidificante, em 2010.
O ICNF, Fundo Ambiental e POSEUR, financiam vários projetos em curso, num total de cerca de 45 mil euros, tais como restauro de habitats de nidificação com instalação de plataformas artificiais para ninhos existentes; reabilitação de campos de alimentação e instalação de novos e ainda colocação de marcas e emissores GPS-GSM para seguimento e monitorização dos juvenis nascidos no Parque.
Por outro lado, o projeto Compatibilizar a Gestão Cinegética com a Conservação da Natureza no PNTI, com um investimento de 98.200 euros do Fundo Ambiental, no âmbito do Projeto-piloto para a Gestão Colaborativa do PNTI, permitiu a criação do Sistema de Alimentação de Aves Necrófagas do Tejo Internacional (SAANTI).
Para além de técnicos e vigilantes da natureza do ICNF e da equipa de Alfonso Godino, o Projeto de Restauro e Prevenção Estrutural do PNTI, conta também com a equipa CNAF 36 PNTI. O ICNF e a Quercus ACN estão a organizar a recolha de animais mortos em explorações pecuárias e de subprodutos da exploração cinegética, em colaboração com a OVIBEIRA e com entidades gestoras de zonas de caça, que contempla também a colocação de plataformas e de marcação de juvenis voadores, financiado pelo POSEUR.
A monitorização, por seu lado, tem vindo a ser reforçada desde 2018, com a marcação de juvenis voadores, com a colocação de emissores GPS/GSM e anilhas metálicas CEMPA, e a recolha de amostras biológicas de sangue e penas, para identificação de sexo e despiste de presença de metais pesados e produtos veterinários, no âmbito de um outro projeto mais amplo com o patrocínio da Endesa SA, de Espanha; e da Hawk Mountain Sanctuary Association, dos Estados Unidos da América (EUA), com a participação da Facultad de Veterinaria da Universidad de Murcia e da Junta de Andaluzia, de Espanha.
Estas ações, alinhadas com o Plano Nacional para a Conservação das Aves Necrófagas, têm como objetivo melhorar a produtividade da população de Abutre-preto e fixar novos casais nidificantes, com a mitigação dos efeitos da diminuição do alimento disponível, resultado do abandono de práticas agropecuárias tradicionais, e a redução da mortalidade por envenenamento.