Edição nº 1674 - 20 de janeiro de 2021

Os eleitos pelo NÓS, CIDADÃOS!
Uma espécie de orçamento insonso ou mais um xarope para o declínio!

O PSD aprovou o oitavo orçamento da gestão do atual executivo municipal de Oleiros. Funcionou a democracia e a maioria legitimou o documento.
O orçamento para 2021 está aprovado, para alegria de alguns, para tristeza de outros e para indiferença de muitos. Alegria de quem tem ganho bom dinheiro ou protagonismo através do município. Indiferença de quem não se preocupa com o assunto e de quem, mesmo no poder, se está “marimbando” para o futuro do concelho. Tristeza para quem cá vive e gosta desta terra e a vê definhar ano após ano.
No essencial, trata-se de um orçamento insonso, com as mesmas (poucas) virtudes e os (muitos) defeitos dos anteriores.
Alguns defeitos:
1 - São escassas as medidas concretas na área económica, nomeadamente em relação à fixação de empresas e no apoio às existentes, deixando mais uma vez de fora a requalificação e a dinamização das áreas e instalações industriais.
2 - Não reflete qualquer estratégia para a floresta, o motor da economia no nosso concelho.
3 - Na “Cultura” prevê-se o consumo de mais de um milhão de euros. Mas não há nada para promover, divulgar ou preservar a cultura local. Não se refere o espólio literário e artístico, a recolha de objetos e equipamentos detidos por particulares, a criação de um museu ou de casas museu. Nada!
4 - No ordenamento do território, com a escassa verba de 267 500.00 euros chega-se a dar destaque à construção de um muro!...
5 - Para explicar as “Outras funções económicas” bastaram 15 (quinze) palavras, reduzindo a importância do empreendedorismo a isso mesmo...Está tudo dito!
6 - Redução do Investimento em 27%, consequente redução das receitas de capital e aumento das despesas correntes em 4.58%.
Em suma, NÃO HÁ UMA IDEIA DE NADA!
O executivo do PSD Oleiros não lê os dados nem analisa a evolução dos números. Não percebe, ou não quer perceber, o declínio do concelho em comparação com os concelhos vizinhos e com a generalidade do território nacional.
Três exemplos:
1º- POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA
Entre 2010 e 2018, Portugal perdeu cerca de 4% da sua população ativa. No mesmo período, Oleiros perdeu quase o triplo daquela percentagem.
2º- ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO
Entre 2010 e 2018, o índice de envelhecimento da população portuguesa foi muito elevado. Em Oleiros, foi quatro vezes superior.
3º- TRABALHADORES DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS
Entre 2010 e 2018, em Portugal, o número de trabalhadores aumentou 9% em empresas não financeiras. No mesmo período, em Oleiros, esse número baixou 11%.
A estes exemplos, podemos juntar, no mesmo espaço de tempo, o encerramento de uma instituição bancária, o fim do atendimento permanente no Centro de Saúde, a perda de turmas no agrupamento de escolas, o fim de carreiras públicas de transporte, etc.
Perante este cenário, Oleiros merecia um orçamento inovador, arrojado e focado no impulso à economia. Mas o PSD não pensa assim.
Pelo contrário, o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2021 são mais do mesmo. Parece que o executivo do PSD entende a elaboração deste documento, apenas como o mero cumprimento de uma obrigação legal.
Estejamos preparados para votar as alterações que se seguem. Durante o ano de 2020, o Orçamento foi alterado catorze vezes! Veja-se o rigor com que foi elaborado.
No debate, na Assembleia Municipal, as reações ao nosso voto contra e à respetiva declaração de voto foram poucas e pobres, como pobre é este orçamento. Destacamos duas, ambas do presidente da Câmara Municipal, dr. Fernando Jorge:
A primeira para acusar a oposição (NÓS, CIDADÃOS!) de não apresentar propostas. (“Esqueceu-se” das variadas propostas que apresentámos nos orçamentos anteriores sobre a floresta, o turismo, a cultura, as vias de comunicação, a criação de incubadora de empresas… e que, embora assumidas inicialmente, foram completamente ignoradas).
A segunda para um exercício de futurologia, também dirigido à oposição: “Nas próximas eleições, vão ver o que vos acontece!”.
Da bancada do PSD ninguém defendeu o seu orçamento. Nem uma palavra para contestar as nossas críticas. Nada! O vazio absoluto de ideias. Nada contra, nada a favor. Apenas o ritual de aprovar. É esta a postura do PSD na Assembleia Municipal:
Indiferença pelo rumo do concelho e alegria por se manterem os interesses instalados.
Por nós, que não fazemos parte do “sistema”, cumpre-nos a tarefa de esclarecer, seguindo uma ideia de Sá Carneiro “O que não posso, por- que não tenho esse direito, á calar-me, seja sob que pretexto for.”
Oleiros, 2021
Os eleitos pelo NÓS, CIDADÃOS!

20/01/2021
 

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