António Tavares
Editorial
A administração das vacinas contra o COVID-19 está a assumir uma faceta no mínimo lamentável em Portugal, embora o mesmo já tenha acontecido em outros pontos do Mundo, mas isso não é desculpa para nada.
Mas vamos por partes.
Nos últimos dias foram muitas as notícias, mesmo demasiadas, de casos que haverá quem esteja a ser vacinado indevidamente, uma vez que se trata de pessoas que não integram os grupos prioritários.
E é aqui que se levantam várias questões, por sinal todas elas de ordem moral.
A primeira resulta do facto destas pessoas se servirem dos cargos que ocupam, para elas e outras que lhe são próximas contornarem a ordem de vacinação que está definida. Atitude que contraria a mais elementar moral, pois os cargos não são para os seus titulares se servirem deles.
A isto há a acrescentar que, independentemente, de cargos, furar uma fila jamais poderá ser um ato moralmente aceitável, muito pelo contrário.
Mas há mais, porque estas pessoas revelam também um total desrespeito pelos princípios humanos. Isto, porque estão a passar à frente de pessoas que realmente são prioritárias, seja pela idade, por motivos de saúde, ou de ordem profissional, entre outras.
Muito haveria a dizer sobre tudo isto, sendo que o único ponto menos negativo é que este chico-espertismo já originou várias demissões. No entanto, a confirmar-se a veracidade dos factos, muitas mais deveria haver e, além disso, como pena acessória essas pessoas deviam ser responsabilizadas criminalmente.