BE sai em defesa do património de Ródão
O Bloco de Esquerda (BE) realizou, dia 5 de fevereiro uma reunião, por videoconferência, com a Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT) depois da situação denunciada pela associação, a destruição de património já inventariado e integrado no PDM local, nomeadamente uma antiga mina romana na Cova da Moura do Fratel, em Vila Velha de Ródão.
A reunião contou com a presença da deputada do Bloco de Esquerda, Alexandra Vieira, e de Cristina Guedes e Sónia Reis, membros da distrital de Castelo Branco do Bloco de Esquerda. Por parte da AEAT esteve presente o coordenador da Associação, Jorge Gouveia, e os arqueólogos João Caninas e Francisco Henriques.
Francisco Henriques, fundador da AEAT e arqueólogo, referiu que “o local está completamente devastado e é uma situação muito triste. Mas não é uma situação única da região, por exemplo, o Monte do Famaco vai ficar completamente destruído, devido a uma plantação de um amendoal extensivo”.
Sobre a destruição da antiga mina romana na Cova da Moura do Fratel, Francisco Henriques afirmou que “a produção agrícola intensiva não é compatível com a preservação do património e acabou por ser destruída a única mina de filão da região, da época romana, com o seu povoado mineiro”.
O Bloco de Esquerda recorda que “a destruição da antiga mina romana foi feita por uma plantação intensiva de eucaliptos e já foram identificados os culpados, mas o arqueólogo refere que existe «uma impunidade dos crimes contra o património, os autores alegam sempre desconhecimento” e acrescenta que “os sítios de interesse foram-se mantendo, porque havia uma agricultura adequada. Agora, com a utilização de maquinaria pesada isso não acontece»”.
Perante esta situação Alexandra Vieira avançou que “em parceria com os deputados da área da Agricultura e Ambiente, vão apresentar um Projeto de Lei, onde esteja plasmada a obrigação de Estudo de Impacto Ambiental nas plantações intensivas de monocultura”, porque “não existe um verdadeiro acompanhamento de fiscalização destes projetos” e acrescentou que “a valorização do património serve para ajudar a fixar pessoas, sobretudo nos territórios do Interior, e para desenvolver economicamente e culturalmente uma região”.
A bloquista deixou ainda o compromisso de avançar com uma pergunta escrita ao Governo sobre a destruição da antiga mina romana na Cova da Moura do Fratel e também ficou agendada uma visita ao terreno quando as condições, devido ao COVID-19, o permitirem.