Há um ano, nos 31 anos da Gazeta do Interior, escrevíamos aqui sobre o momento de preocupação e incerteza que então nós e o Mundo vivíamos em plena pandemia. Estávamos no início do primeiro confinamento, a economia suspensa, os cidadãos confinados em casa, assustados a maioria, em pânico alguns, porque estávamos perante uma situação nunca até então vivida pelas gerações atuais. Foi a época de cantar nas varandas, aplaudir nas janelas os heróis do SNS que estavam na linha da frente da guerra epidémica. Na altura algum otimismo de boa parte da população, fazia acreditar que no verão as nossas vidas seriam resgatadas, a tempo de voltarmos a gozar em segurança os merecidos dias de praia. Mas apesar dos avisos dos especialistas, quem de nós iria acreditar que um ano depois, no momento em que comemoramos mais um ano de vida do jornal, o trigésimo segundo, continuaríamos em plena guerra que parece não haver meio de chegar ao fim. Vai chegar sim, quando pelo menos 80 por cento da população estiver vacinada, vai chegar sim, porque se acreditou na força dos cientistas que suspenderam todas as suas investigações para, num tempo recorde, desenvolverem as vacinas que agora estão a ser aplicadas.
Este ano de vida do jornal que hoje comemoramos não foi fácil. Como não o foi para a maioria das empresas e dos cidadãos. A Comunicação Social, em particular a local e regional, foi uma das afetadas, porque a crise económica e a suspensão de eventos culturais e festivos fizeram diminuir, e o nosso jornal não foi exceção, as receitas publicitárias. Mas nem tudo foi negativo, pois tivemos um aumento razoável do número de assinantes. Foi um ano difícil, mas enfrentado com muita resiliência e sacrifício. E no momento em que já se vê uma luz cada vez mais brilhante ao fundo do túnel, acreditamos que estamos mais fortes e capazes de enfrentar o futuro com algum otimismo. Durante este ano mostrámos como é importante, em período de incertezas como o que ainda vivemos, haver uma Comunicação Social de proximidade isenta e credível. Queremos continuar focados neste caminho de informação e divulgação do que de mais importante se passa na Região, sem esquecer a nossa matriz de jornal de opinião plural. Temos a escrever na Gazeta do Interior alguns dos melhores intelectuais da região e de Portugal, a que se juntaram novos colaboradores, cujo pensamento e escrita nos enriquecem e enchem de orgulho. À equipa que todas as semanas põe na rua o jornal, aos nossos colaboradores, aos nossos fiéis leitores, aos anunciantes, institucionais ou privados, que acreditaram na importância do jornal como transmissor da mensagem, a todos o nosso obrigado. Estamos vivos por eles. Longa vida à Gazeta do Interior!
João Carlos Antunes

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