João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
DESDE HÁ MUITO TEMPO, décadas, que o conflito entre Israel e Palestina tem sido marcado por momentos de conflito aberto e agora de um período de acalmia, aí temos de novo a escalada de um conflito que preocupa as principais potências e as Nações Unidas, porque põe em causa o frágil equilíbrio da paz no médio oriente. Sabe-se o que despoletou a crise atual, fundamentalmente porque grupos de colonos estão a reivindicar, com base em documentos do século XIX, a posse de casas que desde há décadas são residência de refugiados palestinianos, serão mais de oitocentos, que por decisão do Supremo Tribunal de Justiça Israelita, são agora obrigados a abandonar. Esta operação de despejo levou a uma onda de indignação e violência, em grande parte comandada pelo movimento Hamas, uma reação de certo modo inesperada porque já se adivinhava a resposta musculada de Israel que respondeu aos rockets com bombardeamentos que provocaram destruição e morte de muitos civis, incluindo crianças. O grau de violência que hoje se vive ali é o maior de há muitos anos e teme-se que este seja o início da terceira Intifada. Vive-se um clima de alta tensão que o líder Israelita, Benjamin Netanyahu está a aproveitar em seu proveito político. Quando há muitas hipóteses de ser retirado do poder pela oposição coligada, ele vê neste confronto a oportunidade de unir a população à volta da sua liderança. Um confronto desigual e destrutivo que o mundo está a seguir com muita preocupação, enquanto os direitos e a dignidade do povo palestiniano continuam todos os dias a ser pisoteados.
POR CÁ VIVE-SE UM PERÍODO de acalmia e otimismo em relação ao controlo da pandemia e cada dia se vai voltando à vida pré-pandémica, mesmo que a máscara, símbolo claro dos tempos que atravessamos, ainda esteja para durar. E tudo por obra e graça da eficácia demonstrada pelo nosso SNS e a coordenação da task force que levou a que hoje, dia 15, se tenha batido o recorde diário com 125 mil Portugueses vacinados. E sem esquecer o espírito solidário português que, neste contexto, também não esqueceu países lusófonos como Cabo Verde a quem ofertou cerca de 20 mil doses de vacina. Mas há alguns incidentes de percurso, como o que aconteceu na terça, dia em que o Sporting quebrou um jejum de 19 anos. Há situações que de tão previsíveis, admira o alarido e o coro de críticas aos responsáveis por aquilo que aconteceu, uma multidão que quebrou a maioria das regras em vigor para saltar, cantar e abraçar, pelo meio com confrontos com a polícia, infelizmente já prática habitual nas claques futebolísticas. Obviamente que qualquer que fosse o plano gizado pelas autoridades, seria impossível estancar a maré de entusiasmo dos adeptos. E há que lembrar que as imagens de televisão focadas nas primeiras filas onde os excessos aconteciam, não deixavam adivinhar que atrás muitos milhares dos que saíram à rua cumpriam dentro do possível as regras de segurança da DGS. O especialista e matemático Carlos Antunes, defende que dado o baixo grau de prevalência da doença na zona de Lisboa, de 0,04 por cento, por cada 10 mil que estiveram nos festejos, sairão de lá quatro pessoas infetadas. Assim, esperemos para ver.